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Como fazer um currículo perfeito para plataformas de vagas de emprego

Newsletter FolhaCarreiras explica critérios usados por algoritmos que fazem a triagem de processos seletivos

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São Paulo

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Foi-se o tempo em que recrutadores olhavam currículo por currículo na hora de analisar profissionais inscritos para uma vaga. Agora, eles contam com a tecnologia.

Nos Estados Unidos, 487 das 500 maiores empresas do país utilizam softwares que automatizam o processo de recrutamento e seleção, segundo uma pesquisa do Jobscan.

No Brasil... Não é muito diferente, explica Leandro Moschini, especialista em educação corporativa. "Hoje, a maior parte das empresas faz pelo menos as fases iniciais dos processos seletivos através de algoritmos. Há uma leva pequena de empresas com pessoas à frente da triagem", diz.

O profissional precisa considerar que seu currículo será analisado por uma plataforma, por um robô, defende Bruno Martins, CEO da Trilha Carreira Interativa.

Muitos profissionais não são encontrados por plataformas de recrutamento por não terem o currículo de acordo com critérios do algoritmo que faz a triagem - Mykyta/Adobe Stock

Como, então, otimizar o currículo para uma triagem automatizada? Trago dicas importantes:

Opte por fontes simples. As mais indicadas são Arial e Calibri, consideradas universais e que têm maior aderência ao algoritmo, indica Martins.

Não use fotos. Nem emojis, ícones ou qualquer tipo de imagem em seu currículo, diz Moschini. Eles podem ser tratados como spam pelas plataformas.

Use a disposição correta. O algoritmo lê de cima para baixo e em linha reta, explica Martins, então evite dividir as informações em dois blocos, lado a lado.

Indique seu objetivo. Essa é a parte mais importante em seu currículo, segundo o CEO. E o que é? Única e exclusivamente, o nome do cargo que está buscando.

Organize as experiências profissionais em tópicos. Ao descrever vagas anteriores, esqueça textos muito longos ou muitas informações em parágrafos enormes, indica Moschini.

  • Coloque o nome da empresa, o período e as atribuições, tudo em tópicos.

↳ Dispor informações de maneira clara e objetiva é algo que deve ser feito em todo o currículo, complementa Isabela Bueno, gerente sênior da Michael Page.

Palavras-chave são essenciais. Elas devem aparecer em todo o documento, desde o resumo até as experiências profissionais e quaisquer outras informações que você venha colocar.

Como saber quais palavras-chave usar? O Mapa de Carreiras, ferramenta do Vagas.com, ajuda. "Nele, as pessoas podem verificar quais são as palavras-chave mais buscadas para cada cargo", diz Moschini.

Vá além. Você precisa cumprir os pré-requisitos básicos, mas pode complementar com outros conhecimentos daquela área, diz Bueno.

  • Exemplo: em tecnologia, se há uma linguagem de programação muito demandada pelo mercado e você tem esse conhecimento, coloque no currículo mesmo que não seja mandatório para a vaga.
  • O algoritmo pode entender aquilo como um ponto relevante e ranquear bem seu currículo, explica a gerente da Michael Page.

Não seja prolixo. Não há consenso entre especialistas sobre o tamanho ideal dos currículos —alguns indicam duas ou três páginas, outros dizem que não há limite—, mas todos defendem que o excesso de informações é prejudicial.

E há dois lados da moeda. A tecnologia facilitou os processos, mas as empresas precisam orientar e atualizar as ferramentas para não perderem bons profissionais na hora da seleção, pontua Isabela Bueno.

"O maior problema quando a gente fala em inteligência artificial é que o critério é cego", explica Leandro Moschini.

↳ Candidatos que seriam perfeitos para a vaga podem ser ignorados por não terem o currículo criado responsivamente para aquela plataforma.

"Você desumaniza o processo. E nós somos uma área de recursos humanos, quando tiramos essa humanização, um papel importante deixa de ser feito", pontua o especialista.


Conselhos de CEO

Profissionais em cargos executivos dão dicas para quem está em início de carreira

Na foto, uma mulher negra está sentada em uma cadeira, com o braço esquerdo apoiado nela. Ela usa óculos e tranças nos cabelos, que são compridos e escuros. Veste uma regata social branca, com uma calça verde musgo cintilante.
Marta Celestino, 48, CEO da Ebony English - Larissa Isis/Divulgação

Sobre ela: Marta Celestino é CEO da Ebony English, escola de ensino de inglês com cultura negra e diversidade. Chegou na empresa em 2014 após mais de 25 anos em multinacionais nas áreas financeira e marketing. É consultora em inovação e diversidade no ensino de idiomas.

Meu primeiro emprego... Foi aos 12 anos, como freelancer em uma gráfica antes do horário da escola. Aos 14 anos, tive meu primeiro emprego CLT como faturista.

O que eu faria diferente... Tudo o que não fiz por mim diz respeito às impossibilidades que uma mulher negra de origem humilde enfrenta para construir uma carreira. O que eu faria diferente seria ter um planejamento de carreira, com objetivos.

Um erro do qual não esqueço... Não ter explorado minha capacidade de persuasão. Eu teria feito muito por mim se tivesse ido para área comercial, tomado mais risco e me movimentado mais. Trabalhei por muito tempo em cada lugar que passei. Hoje, acho que isso não foi inteiramente bom.

Uma habilidade essencial... Análise situacional. Seja do negócio, do produto ou da sua própria carreira, um profissional precisa conseguir olhar o contexto e situar o que for necessário para poder planejar os próximos passos.

Um conselho para jovens profissionais... Não percam tempo e não desperdicem recursos. Façam planejamento de carreira e saibam que é tudo bem mudar a rota quando necessário. Não esqueçam de que o trabalho é parte da vida e que viver para trabalhar não é nada inspirador ou saudável.


Em busca de emprego?

Uma dica para te ajudar a ser contratado(a)

Quer trabalhar no exterior? Saiba por onde começar:

1. Analise seu plano de carreira. Antes de mudar para outro país a trabalho, é preciso questionar se essa movimentação faz sentido e se essa nova realidade vai lhe agregar profissionalmente.

2. Conheça o país para o qual deseja se mudar. Você precisa entender se os hábitos e a cultura daquele local funcionam para você. Alimentação, clima, religião e idioma são alguns dos pontos a serem analisados detalhadamente antes de tomar a decisão.

3. Faça pesquisas sobre a empresa. Achou uma vaga interessante? Busque informações sobre a reputação da companhia. Como você estará chegando sozinho a um novo país, é importante buscar empresas que tenham um olhar voltado à comunidade, oferecendo benefícios e suporte.

Quer saber mais sobre o tema? Leia aqui.

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