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Adeus ao emprego? Como e quando fazer carta de despedida

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São Paulo

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Carta de despedida

Você sabe como dizer adeus ao sair do emprego? Será que é melhor só agradecer ou pode citar algo que não te agradou?

Conversamos com três especialistas para entender por onde começar e como montar uma carta de despedida. Dá um scroll.

Antes de tudo… essa despedida só se torna agradável quando a construção do seu período na empresa foi legal. Se você não tiver uma boa história de conexão com as pessoas, não tente consertar na saída, diz Amanda Adami, gerente de operações na Robert Half, consultoria especializada em recrutamento e seleção.

Fazer uma carta de despedida pode fortalecer networking - Charlie's/Adobe Stock

O intuito dessa carta é deixar um rastro positivo e olhar para as novas oportunidades que podem surgir.

Quer um exemplo? O analista de planejamento Felipe Machado, 33, foi demitido há uma semana e publicou no LinkedIn uma carta agradecendo o tempo que passou na companhia e que estava aberto para novas possibilidades.

Resultado? Ele diz que conseguiu nove entrevistas de emprego. Para Machado, o que chamou atenção das empresas foi como ele soube lidar com as adversidades, principalmente nesse momento de demissão.

O que você pode incluir? Aqui vão alguns pontos:

  • Agradeça pela experiência que viveu na empresa, pelas oportunidades de crescimento profissional e pela parceria com os colegas;

  • Aponte quais foram suas principais conquistas;

  • Deseje prosperidade e sucesso aos que continuam na companhia;

  • Finalize colocando seus contatos para manter uma boa rede de relacionamentos com os outros profissionais, diz Margarete Rocha, psicóloga e diretora associada na We4you, consultoria especializada em carreiras.

Não faça barulho ao sair. O mundo é feito de networking. Um email de despedida com feedback negativo para todo mundo pode ter impacto em futuras recomendações.

Seu ex-colega pode não te indicar para uma oportunidade de emprego e falar ‘foi um ótimo profissional, mas na saída mandou um email negativo para todo mundo’ e até mesmo a pessoa que for te contratar pode pensar ‘se ele fez isso com alguém, pode fazer comigo também’, diz Adami.

Todo cuidado é pouco.

→ Seja objetivo e breve, de preferência escreva de dois a três parágrafos, o que já é suficiente, afirma Rocha.

→ Use um tom positivo, o intuito não é lavar roupa suja, evite frases como "para aqueles que merecem meu agradecimento", diz Waleska Farias, consultora de carreiras e marca pessoal.

→ Faça uma mensagem leve, de agradecimento, o objetivo é ser atencioso e mostrar gratidão às pessoas com quem você trabalhou.

→ Só publique a despedida após ser formalmente desligado da empresa.

Para quem mandar e onde publicar? Você pode fazer uma despedida geral agradecendo aos colegas e líderes ou apenas destinar separadamente para aqueles que fizeram sentido na sua trajetória profissional. A carta pode ser enviada por email, por WhatsApp ou ser publicada no LinkedIn.

Saiu do seu primeiro emprego? Não tenha receio de também fazer uma despedida. É o caso de Leonardo Santos, 19, que ao deixar o cargo de jovem aprendiz foi fazer estágio de análise de crédito no banco BV e publicou uma carta no LinkedIn como forma de agradecer seu desenvolvimento profissional e para encerrar esse ciclo em busca de novos desafios.

Como escrever a despedida? Além de darmos todas essas dicas, especialistas sugerem alguns modelos.

1) Exemplo:

"Olá, como vocês sabem estou saindo da empresa, mas antes eu gostaria de deixar meu agradecimento pela oportunidade que tive de aprender coisas como XXX. Agradeço o apoio que tive naquele projeto XXX. Tenho certeza que vou para um novo desafio, mas levo comigo toda essa bagagem que aprendi junto com vocês. Para o futuro, meus planos são XXX, mas saiba que eu sempre vou valorizar tudo isso que aprendi na empresa. Espero que possamos manter contato, segue aqui os meus endereços XXX e obrigada novamente."

2) Exemplo:

"Olá, pessoal, depois de tantos anos aqui na empresa aceitei um outro desafio, hoje é meu último dia aqui com vocês. Quero agradecer a todos pelo acolhimento, pelas trocas e parcerias, foi muito bom ter vocês aqui comigo durante esse tempo. Aprendi muito e fiz bons amigos. Desejo a vocês que continuam boa sorte e muito sucesso pela frente. Por favor, sintam-se à vontade para manter contato no meu email pessoal XXX ou no meu celular XXX. Obrigada mais uma vez e até breve".


Entrevista de emprego

Amanda Adami - news carreiras
Amanda Adami, gerente de operações na Robert Half, consultoria especializada em recrutamento e seleção - Divulgação

Em uma entrevista de emprego, se o recrutador souber que o candidato fez uma carta de despedida, isso pode ter um impacto positivo?

"Desde que o candidato tenha utilizado a carta de despedida de forma positiva e estratégica, com certeza. Ao se deparar com um profissional que saiu de seu antigo emprego deixando uma marca positiva, portas abertas e boas recomendações, o novo recrutador tenderá a acreditar que o candidato terá a mesma postura empática no novo emprego, o que é super benéfico ao profissional".

E como responder à pergunta sobre o que motivou a saída do emprego anterior?

"Mesmo que não pareça confortável, a melhor opção é sempre dizer a verdade, até porque um headhunter (caçador de talentos) experiente conseguirá aprofundar as perguntas e descobrir qualquer distorção. Tenha em mente que mentir ao longo do processo com certeza prejudicará muito mais o seu andamento do que assumir uma demissão. Afinal, ser demitido não é demérito para ninguém. O importante é ser verdadeiro e explicar as razões para a saída. Nesse caso, o candidato pode dizer se foi por um corte de custos ou mudança de estratégia da empresa, por exemplo.

Caso a demissão tenha acontecido por desempenho, valorize os aprendizados e o que foi feito desde então para evoluir enquanto profissional. Por outro lado, acompanhamos um aumento na quantidade de pessoas que saem de seus empregos em busca de realização profissional ou maior equilíbrio entre trabalho e vida pessoal. São motivos mais do que legítimos e que devem ser expostos de forma franca".


Não fique sem saber

→ Atualizações do caso do jornalista Dom Philips e do indigenista Bruno Pereira.

  • A Polícia Federal disse na quarta-feira (15) que um dos suspeitos investigados pelo desaparecimento de Philips e Pereira, o pescador Amarildo da Costa Oliveira, confessou ter realizado os disparos contra os dois e descreveu o local onde teria enterrado os corpos.
  • Relembre a trajetória de ambos: Bruno Pereira, morto aos 41, deixou cargo para trabalhar direto com indígenas no AM; Jornalista Dom Phillips, assassinado aos 57 anos, amava o Brasil e a Amazônia.
  • Causa da morte? No sábado, a perícia confirmou que eles foram assassinados com armas de caça. Pereira foi atingido por três tiros, enquanto Philips foi morto com um tiro.
  • E agora, qual o status da investigação? A PF descarta mandantes e facções por trás do crime e acredita que os executores agiram sozinhos. Porém, a Polícia Federal e Polícia Civil do Amazonas continuam apurando essa hipótese.
  • Quem são os suspeitos? Até agora a PF fala em oito suspeitos, sendo que três estão presos: Jefferson da Silva Lima, conhecido como Pelado da Dinha, o pescador Amarildo Oliveira —o Pelado— e Oseney Oliveira, conhecido como Dos Santos e irmão de Amarildo. Além deles, outros cinco já foram identificados pela possível participação na ocultação dos cadáveres de Philips e Pereira.
  • Repercussão da morte: Políticos e organizações cobram respostas. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que "é muito triste" saber que os dois foram "brutalmente assassinados". A Univaja (União dos Povos Indígenas do Vale do Javari), entidade que Pereira trabalhava, falou em "perda inestimável" e disse ser "um crime político, pois ambos eram defensores dos direitos humanos".
    • Servidores da Funai (Fundação Nacional do Índio) anunciaram greve para a próxima quinta-feira (23) em todas as unidades dos estados e no Distrito Federal. Eles pedem pela responsabilização dos culpados pelo assassinato e também enxergam na paralisação uma forma de manifestar "profunda tristeza e indignação pelo assassinato bárbaro", segundo a associação de servidores da fundação INA (Indigenistas Associados).
  • Opinião: Em seu editorial, texto que expressa o que a Folha pensa sobre determinado assunto, o jornal fala sobre a falta de apoio da Funai sob governo Bolsonaro: alvo da agenda bolsonarista, fundação perde servidores e abriga chefes militares.

Acompanhe as últimas notícias do caso aqui

CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Petrobras? A ameaça de uma abertura da CPI foi feita pelo presidente Jair Bolsonaro após a Petrobras anunciar reajustes de 5,2% no preço da gasolina e de 14,2% no preço do diesel em um contexto de pressão do governo para segurar preços.

  • Por que uma CPI? Bolsonaro classificou o reajuste de "traição com o povo brasileiro" e defendeu a criação de uma comissão para investigar o presidente da estatal e os demais diretores e integrantes do conselho de administração da empresa. "Porque nós queremos saber se tem algo errado nessa conduta deles. É inconcebível conceder um reajuste com combustível lá em cima e com os lucros exorbitantes que a Petrobras está tendo", disse Bolsonaro, durante entrevista a uma rede no Rio Grande do Norte.
  • Alguém é contra? Aliados do governo consideram a estratégia arriscada e pode ser tiro no pé, além de ampliar o desgaste do governo, pois poderia virar palanque para a oposição, principalmente em período eleitoral.
  • A favor? Líderes de partidos de esquerda se posicionaram a favor da CPI. "Uma investigação séria na Petrobras, focada na política de preços dos combustíveis, facilmente vai revelar que o presidente da República nunca quis solução para reduzir os preços dos combustíveis", disse o ex-governador do Piauí, Wellington Dias (PT), à Folha.
  • E tem mais pano para manga na história. O presidente da Petrobras, José Mauro Coelho, renunciou o cargo da estatal nesta segunda (20) depois de ter sofrido pressão do governo. Quem assume a chefia é o diretor de exploração e produção da companhia, Fernando Borges, que ficará no cargo interinamente até ocorrer a eleição para um novo substituto indicado por Bolsonaro.
  • Opinião: chegou a hora de tirar a máscara da Petrobras, escreve Arthur Lira em artigo publicado na Folha.

Veja as medidas estudadas pelo governo para pressionar a Petrobras.

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