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Ser prodígio na infância influencia na carreira depois de adulto?

Na vida profissional, aluno mediano pode ir melhor que aquele que tirava dez em tudo

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São Paulo

A conquista da medalha de prata pela skatista Rayssa Leal aos 13 anos levou muita gente a se perguntar: "O que eu estava fazendo com essa idade?". Mas fique tranquilo: ser uma criança-prodígio não é garantia de sucesso profissional na vida adulta.

Cada vez mais o mercado de trabalho tem valorizado as habilidades comportamentais e as trajetórias individuais dos profissionais. "Com isso, a pessoa que era mediana na escola pode ir até melhor do que aquele que tirava dez em tudo", afirma Amanda Adami, gerente de recrutamento da consultoria Robert Half.

​E quem tira dez em tudo não necessariamente é uma criança-prodígio, explica Ada Toscanini, presidenta da Apahsd (organização focada na identificação e desenvolvimento de crianças com altas habilidades).

Estudantes com perfil superdotado, ou com altas habilidades, são aqueles que, entre outras características, têm notável capacidade intelectual, aptidão acadêmica, pensamento criativo e/ou talento especial para as artes.

"Essas pessoas nascem com a propensão para desenvolver essas habilidades, o que pode ou não acontecer", diz Toscanini.

Por isso, é importante que crianças com perfil superdotado sejam corretamente atendidas e estimuladas. Quando isso não acontece, muitas vezes, essas habilidades são erroneamente diagnosticadas como distúrbios, como o déficit de atenção e a hiperatividade.

"Alguém que possui potencial para ir além do que está posto como padrão necessita de estímulos para que esse potencial se converta em desempenho", afirma Bárbara Martins, doutora em educação especializada em altas habilidades.

A especialista diz que as crianças não devem ser chamadas de prodígio ou de superdotadas, porque isso deposita sobre elas uma carga muito pesada, já que passa a ideia de que elas sempre terão que ser boas em tudo.

O mais comum, dizem as especialistas, é que a pessoa tenha uma habilidade acima da média em áreas específicas e de seu interesse. Então, se ela não conseguir trabalhar com algo relacionado a esse assunto, provavelmente não terá uma carreira extraordinária.

Segundo Martins, muitas das pessoas com perfil superdotado não se reconhecem como tal. E, mesmo quando são formalmente identificadas, relutam em aceitar essa condição, sobretudo porque pode indicar ideias equivocadas a respeito dela e por temerem não corresponder às expectativas.

"Há até quem opte por atuar em um campo distinto daquele com que tem afinidade, principalmente quando são altamente cobrados na infância", diz.

Na opinião da especialista, quando alguém com altas habilidades consegue atuar profissionalmente na sua área de interesse, a tendência é que ela se destaque, tanto pelo desempenho quanto pelo comprometimento.

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