Japão corrige livros escolares sobre crimes na 2ª Guerra
O Ministério da Educação do Japão anunciou que vai permitir uma correção nos livros de história no país, para incluir alusões sobre o envolvimento de militares japoneses nos suicídios em massa ocorridos na cidade de Okinawa, durante a Segunda Guerra Mundial, informou, nesta quinta-feira, o jornal japonês "Daily Yomiuri".
Em abril, o governo do ex-primeiro ministro, Shinzo Abe, havia ordenado que as referências sobre o papel dos militares no episódio fossem apagadas dos livros que contavam a história do país.
A ordem gerou protestos na cidade de Okinawa em outubro e o Ministério, depois da saída de Abe do cargo, mudou a decisão e ordenou que os livros de história do ensino médio que serão usados no próximo ano letivo vão mencionar o "envolvimento" dos militares nos suicídios.
A decisão de autorizar correções em livros já aprovados para publicação é sem precedentes no Japão.
Além disso, a medida contradiz a posição, há muito defendida pelo Ministério da Educação do país, de que os livros de História japoneses não são influenciados por política.
Suicídio
Durante a Segunda Guerra Mundial, os moradores de Okinawa foram convencidos de que seriam mortos pelos americanos e que o suicídio em massa seria preferível.
Milhares de pessoas teriam se suicidado em vilarejos ocupados por soldados japoneses. Os suicídios em massa não aconteceram em locais onde não havia soldados.
Para a população de Okinawa, as correções não são suficientes, já que o ministério não aprovou a reinserção de referências sobre a "coerção" e "força" usada pelos militares para convencer a população a cometer suicídio.
As referências estariam presentes no texto original, mas, segundo as autoridades, não há evidências que comprovem isto.
A decisão do Ministério da Educação também desagradou um grupo de acadêmicos nacionalistas que, aliados a políticos como o ex-primeiro-ministro Abe, lideram uma campanha para apagar dos livros de história alusões aos crimes de guerra cometidos pelos militares japoneses.
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