Lula anuncia ajuda da Vale a fábrica de remédios em Moçambique
O presidente Luís Inácio Lula da Silva encerrou a viagem a Moçambique nesta quarta-feira inaugurando uma fábrica de medicamentos no país, resultado da parceria entre os governos brasileiro e moçambicano.
A empresa mineradora Vale anunciou que ajudará o país a levantar os US$ 5,5 milhões necessários para fazer as adaptações no local das instalações da fábrica. O valor ainda está sendo negociado, mas Lula disse que a Vale dará US$ 4,5 milhões.
O projeto total é de US$ 31 milhões de reais, dos quais US$ 21 milhões caberão ao Brasil. No ano passado, o Congresso Nacional aprovou a liberação de R$ 13,6 milhões para comprar os equipamentos.
O restante do dinheiro será usado no treinamento da mão-de-obra moçambicana e nos custos operacionais da iniciativa, e já inclui o valor do registro de 21 medicamentos --inclusive cinco usados no coquetel anti-Aids-- que serão feitos em Moçambique livres de royalties.
Será a primeira fábrica de remédios de Moçambique e o primeiro laboratório público de toda a região do sul da África.
O projeto é uma espécie de menina-dos-olhos da relação Brasil-Moçambique e, quando entrar em operação, uma das iniciativas mais concretas da atuação brasileira no continente africano.
"Da parte do Brasil, todos os equipamentos já estão comprados e nós esperamos em 2012 estar produzindo remédios aqui para vender para quem precisa", disse a jornalistas em Maputo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Ele acrescentou que, "se for necessário, o Brasil comprará o excedente para tornar a fábrica competitiva".
As instalações ficam ao lado de onde hoje funciona outra fábrica de soro fisiológico, nos arredores de Maputo. Em uma primeira fase, a fábrica apenas embalará os comprimidos, que no futuro deverão ser feitos totalmente em Moçambique.
Quando isso acontecer, a produção pode atender às demandas do país --que hoje gasta cerca de US$ 70 milhões importando remédios - ou ser vendida para outros países da região da África Austral.
O presidente Lula citou estatísticas para mostrar a necessidade de Moçambique por medicamentos de combate à Aids. "No Brasil, nós distribuímos remédios para 138 mil pessoas. Aqui em Moçambique tem 400 mil pessoas sem remédio", citou o presidente.
Segundo a OMS, a prevalência do vírus HIV em Moçambique é de cerca de 12,5% da população entre 15 e 49 anos. Na capital, Maputo, esse índice é mais alto, e em algumas regiões do país a contaminação chega a 23%.
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