Domesticados há milhares de anos, cães se tornaram os melhores amigos do homem e estão cada vez mais presentes no dia a dia das famílias.
A construção dessa relação de companheirismo e amor incondicional é tema da exposição "Nós e os Cães: a arte da amizade sem igual", que estreia em São Paulo nesta quarta-feira (8), em ambiente pet friendly.
Sob curadoria do jornalista Jaime Spitzcovsky, a mostra aposta em tecnologia e interatividade para apresentar conteúdo imersivo e educativo.
A ideia de exibir a evolução desse vínculo e ajudar o homem a entender o pet é inspirada em museus da Europa e dos Estados Unidos.
Tudo começou em 2016, quando Jaime leu sobre o italiano Foof, que abriga um museu dedicado a contar a história dos cães e, depois, visitou o espaço.
"Voltei da viagem com essa ideia [de fazer algo parecido]", disse ele, que também é colunista da Folha.
Em meio a pesquisas, o jornalista também conheceu, por exemplo, o Museum of the Dog, em Nova York.
No Mooca Plaza Shopping, o espaço da exposição é dividido em cinco ambientes temáticos. Jaime destaca dois: o sensorial, que explica o mundo percebido pelo cão e onde, por meio de interatividade, o visitante poderá enxergar sua imagem com as cores vistas pelos animais; e o que retrata o início desta amizade.
"Nós vamos recriar o ambiente de um assentamento humano de 15 mil anos, e ali vamos projetar em looping vídeo que mostra a teoria mais aceita sobre processo de domesticação, como o cão entra na vida humana, de 15 mil a 40 mil anos [atrás]", conta.
Existem vários estudos para explicar o início da domesticação, mas a origem geográfica não é consenso. O jornalista afirma que a mostra expõe a teoria mais divulgada, de que lobos primitivos se aproximam do homem ao perceber que o lixo produzido pode servir de alimento, acabam ajudando na proteção contra outros predadores, depois auxiliam na caça e se tornam animais de companhia.
A exposição propõe desvendar o mundo canino e busca aperfeiçoar laços. Em uma das salas, um quiz leva o visitante a dar match com raça que mais se identifica.
"O público pode esperar diversão, entretenimento, e, sobretudo, conhecimento. O objetivo é contribuir para aperfeiçoar a relação entre tutores e cães", afirma o curador.
Para ele, conhecer melhor como os cães percebem o mundo impacta a relação, uma vez que o tutor precisa estar preparado para proporcionar qualidade de vida ao animal.
"A gente precisa sempre lembrar das origens do cão, descendente de lobo primitivo, e respeitar suas características. Não podemos esperar comportamentos que não são normais deles. A gente tem que ter compreensão, paciência, conhecimento."
A falta de informação, diz, pode resultar em sofrimento ao tutor e ao cão —e até um cenário de abandono.
E como esse aprendizado vale para todos, a mostra é aberta para públicos de todas as idades. "A ideia é oferecer conteúdo capaz de contemplar de crianças à terceira idade. A gente procurou construir um conteúdo que atraia pessoas de diversas faixas etárias. E é possível entrar com o cão", afirma.
Hoje tutor de 16 cachorros —15 deles vindos de resgate—, a história de Jaime com os animais começou na infância.
Ele conta que sempre teve pets —o único período longe dos peludos foram os sete anos que trabalhou como correspondente em Moscou e em Pequim, nos anos 1990. Mas quase não resistiu. Na Rússia, chegou a comprar coleira, guia, mas percebeu que a intensa rotina de trabalho seria incompatível com os cuidados necessários ao animal.
A exposição fica em cartaz no shopping até 31 de julho e, segundo Jaime, a ideia é que ela se torne itinerante.
Com ambientes instagramáveis, a mostra conta com monitoria de alunos do curso de veterinária da FMU. O evento tem ainda um sexto espaço, em outro andar no shopping, que deve mostrar fotos de cães e seus tutores e onde crianças poderão traduzir em desenhos essa amizade com os cães.
A exposição é apresentada pelo Ministério do Turismo e PremieRpet, tem patrocínio de banco next e Mooca Plaza Shopping, apoio de Faber-Castell e Centro Universitário FMU, realização de Ydreams Global, Museu do Cão e Bee Id, e coordenação-geral da Calina Projetos.
Siga o Bom Pra Cachorro no Twitter, Instagram e Facebook
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.