O Carnaval voltou após dois anos sem programação oficial por causa da pandemia, e quem gosta da folia quer ter a companhia do melhor amigo. Cães acompanham tutores em blocos ou participam de eventos preparados especialmente para eles.
Mas esses eventos não são para todos os cães. Isso porque nem todos os animais se sentem confortáveis diante de muitas pessoas, com som alto, sob calor e vestindo fantasias e adereços.
"Alguns sinais de que seu pet não está confortável: sentar e colocar as orelhas para trás, virar de barriga para cima (sinal de apaziguamento), pedir colo, andar para trás, bocejo, dentre outros comportamentos que podem demonstrar que o seu pet não está confortável no local", diz a veterinária Giulliana Tessari, gerente técnica do Adote Petz.
A recomendação é conhecer o animal, avaliar seu comportamento durante o bloquinho e respeitar limites —além de mantê-lo na guia e sempre identificado.
"Nada de forçá-lo a situações em que ele não se sinta seguro ou confortável, como no caso de cães menos sociáveis, tímidos ou medrosos. Assim, para os foliões com pets sociáveis que pretendem aproveitar a folia juntos, a dica é optar por blocos de rua ou locais como shoppings, hotéis, pousadas, clubes e restaurantes pet friendly. Locais que não apresentam essa opção geralmente são mais populosos e podem, além de não permitir a entrada, assustá-los devido à altura do som e outros barulhos, causando transtornos maiores, como a possibilidade de fuga ou estresse", diz a médica veterinária Mayara Andrade.
A especialista, que atua na marca Guabi Natural, lembra que eventos ao ar livre e sob sol forte podem provocar hipertermia e queimaduras nas patinhas dos animais. "Evite também a folia em horários com sol forte, principalmente nos blocos ou atividades ao ar livre, pois o chão fica quente e pode causar queimadura nas patinhas e pode elevar demais a temperatura corporal dos cães, podendo gerar quadros de internação."
Por isso, é fundamental manter o animal bem hidratado. "É de extrema importância que o pet se mantenha hidratado, ou seja, que o tutor leve garrafinhas de água, gelada de preferência", diz Giulliana. Abaixo, ela responde a outras dúvidas sobre os cuidados com os pets no Carnaval.
Faz sentido levar o pet para participar de blocos? Só faz sentido levar os pets para blocos específicos e direcionado para o público pet, pois animais, crianças, barulhos, fantasias e som alto podem ser um gatilho e fazer com que o pet possa apresentar diversos tipos de comportamentos, como agressividade, fobia, pânico, entre outros. Vale frisar que somente os pets sociáveis podem fazer parte desses encontros em grupo, e estar atento ao comportamento do pet é muito importante antes de se aventurar nos bloquinhos de Carnaval.
Qual horário mais indicado? E como proteger o animal do sol —e também proteger as patinhas? Temperatura: precisa ser realizado logo pela manhã ou no final do dia, pois a temperatura alta pode provocar problemas sérios aos animais. Vale ressaltar que quando um cão está desconfortável pode ter aumento de temperatura e apresentar problemas. Prestar atenção nos animais que possuem alguma doença/pré-disposição. Os pets acima do peso podem apresentar problemas articulares IRC, por exemplo.
Manter hidratado: é de extrema importância que o pet se mantenha hidratado, ou seja, que o tutor leve garrafinhas de água, gelada de preferência. Além de ser importante a não permanência por muito tempo nesses locais expostos.
Como proteger do sol: para pets com despigmentação em focinhos, área externa aos olhos e lábios, é indicado a utilização de protetor solar. Os animais não devem ficar de forma alguma expostos ao sol.
Proteger as patinhas: as patinhas podem queimar se o chão estiver muito quente e não recomendamos o uso de botinhas. Recomendamos deixar o seu pet em locais menos expostos ao sol, buscando sombras frescas para aproveitar o bloco.
Cães têm audição sensível, e o som alto costuma ser um tormento. Como perceber se ele não está confortável e o que fazer? Blocos focados no público pet não devem ter som alto nem muitos estímulos. Primeiro, é de extrema importância que o pet esteja confortável no local e tenha tido uma boa "rotina" antes de sair de casa, como: acordar bem, se alimentou, fez suas necessidades básicas. Além disso, que seja um período curto nesse ambiente externo, e que tenha uma interação muito positiva com o seu tutor. Alguns sinais de que seu pet não está confortável: sentar e colocar as orelhas para trás, virar de barriga para cima (sinal de apaziguamento), pedir colo, andar para trás, bocejo, dentre outros comportamentos que podem demonstrar que o seu pet não está confortável no local.
Quais orientações para usar fantasias e adereços sem sufocar o animal? Alguns pets não costumam gostar muito de utilizar fantasias, ainda mais se for por um longo período e, principalmente, se for um dia muito quente. Invista sempre em adereços nos quais o seu pet já está acostumado, como adesivos, laços, bandanas, entre outros. Se jogue nos confetes e aproveite as brincadeiras com os pets. Importante não utilizar sprays como espuma e serpentina, que podem provocar lesões nos animais.
A moda de colorir os pelos do pet sempre volta no Carnaval. Pode? E glitter? Desde que sejam produtos liberados para o uso de pets com tintas atóxicas para não causar nenhum tipo de mal para os animais, não tem problema. Superimportante verificar isso antes. Sobre glitter, não indicamos por ser uma partícula muito pequena e que pode cair nos olhos, ou em algum outro orifício que pode causar algum mal para o pet. Nossa indicação é usar adereços próprios para pet que já possuem purpurina nele, e que não irá sair.
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