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Com vacina suspensa, saiba como proteger o cachorro contra a leishmaniose

Medidas preventivas incluem coleira específica; venda do imunizante está temporariamente interrompida

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A Leish-Tec, vacina contra leishmaniose canina, teve fabricação e venda temporariamente suspensas em todo o país no fim de maio, após fiscalização apontar desvio de conformidade do produto.

A doença é uma das zoonoses mais negligenciadas e depende de medidas preventivas para o controle. A vacina é uma delas.

No entanto, outras estratégias devem ser adotadas para proteger o pet contra a leishmaniose, e isso inclui o uso de produtos tópicos com ação repelente, como coleira específica.

Mosquito ronda cachorro - Adobe Stock

Como cuidados adicionais, o tutor deve manter a limpeza da casa, para que fique livre de matéria orgânica —onde o mosquito transmissor se prolifera—; adotar telas de proteção no imóvel, principalmente no local em que o pet mais fica; e evitar passear com o cachorro ao entardecer e à noite, quando o mosquito transmissor é mais ativo.

A médica-veterinária Kathia Almeida Soares, coordenadora técnica pet da MSD Saúde Animal, explica que o imunizante é uma forma de proteger animais sadios, mas não substitui outras ações preventivas.

"O método primário de prevenção da infecção por Leishmania infantum em cães é por meio do uso de inseticidas tópicos com propriedade repelente, como os produtos à base de piretróides sintéticos. A vacina é uma medida adicional indicada como forma de proteger os animais soronegativos. Contudo, é importante enfatizar que ela não substitui o uso dos inseticidas tópicos", diz.

Tutores, no entanto, devem estar atentos ao adquirir a coleira antiparasitária, checando sua eficácia e segurança. Para isso, vale consultar o veterinário de confiança, que orientará também o tempo de uso.

Como exemplo, a veterinária diz que a Scalibor, produzida pela MSD, pode ser usada por cães a partir de três meses de idade e tem recomendação para ser trocada a cada quatro meses. "O bacana é que ela não tem cheiro e não é necessário retirá-la para dar banho no pet", afirma.

Questionada sobre contraindicações ou possíveis reações, a veterinária afirma que, no Brasil, a coleira não tem indicação em bula para cadelas gestantes ou lactantes.

Já reações locais podem ocorrer conforme predisposição do cada animal, como qualquer produto ou medicamento. "Nesse caso, orientamos a suspender o uso e conversar com o médico-veterinário da confiança do tutor, para que ele faça as orientações e, claro, entrar em contato com a fabricante do produto", diz.

Em 2021, a coleira foi incorporada ao SUS como parte do processo de controle da doença, e cerca de 130 municípios prioritários, classificados com alta transmissão alta, disponibilizam o produto.

POR QUE A VACINA CONTRA LEISHMANIOSE CANINA FOI SUSPENSA?

Segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária, o desvio de conformidade detectado em lotes da vacina pode afetar sua eficácia e gerar risco à saúde animal e humana. O caso segue em análise.

A Ceva Saúde Animal, fabricante do imunizante, afirmou que trabalha para identificar as causas e corrigir o problema.

"A Ceva Saúde Animal segue comprometida com o objetivo de esclarecer a causa da redução dos níveis de proteína A2 durante o período de validade do produto, buscando agir em caráter de urgência com as investigações internas para identificar e corrigir os desvios", afirma nota publicada no fim do mês passado.

"Novas orientações para os tutores sobre os animais que estão em protocolo de vacinação deverão ser comunicadas nas próximas semanas", diz o texto.

O QUE É A LEISHMANIOSE

A leishmaniose afeta animais e humanos. A propagação acontece a partir da picada do mosquito-palha infectado pelo protozoário, e tem nos cães a principal fonte de infecção.

Em humanos, a doença é grave, mas tem tratamento pelo SUS. No caso dos animais, a eutanásia era a única alternativa até poucos anos atrás.

No Brasil, o primeiro medicamento contra a doença em animais foi aprovado em 2016. Ele resulta no desaparecimento dos sinais clínicos, melhora os sintomas e diminui as chances de transmissão, mas tem alto custo e o cachorro não ficará livre do protozoário. O acompanhamento médico deve ser permanente.

Apesar de existir tratamento, a eutanásia ainda é recomendada em algumas situações, e alguns casos foram parar na Justiça para garantir a vida do animal.

Nos animais, os principais sintomas são perda de sangue por meio das fezes e do nariz, febre, vômitos, diarreia, perda de peso, alterações dermatológicas e desidratação. Mas também há casos assintomáticos, o que dificulta o diagnóstico.

Nos humanos, os sintomas incluem febre de longa duração, aumento do fígado e baço, perda de peso, anemia.

Manter o animal protegido é fundamental para assegurar a saúde de toda a família, já que o inseto infectado pode picar o cão e as pessoas com quem ele convive.


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