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Um olhar brasileiro sobre Portugal

Metade dos portugueses acha que novo governo não dura mais de um ano

Executivo liderado pelo social-democrata Luís Montenegro tem apoio parlamentar frágil

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Lisboa

Uma nova pesquisa de opinião revelou que metade dos portugueses considera que o novo governo, liderado pelo primeiro-ministro Luís Montenegro, do PSD (Partido Social Democrata), de centro-direita, não deve durar mais do que um ano.

Para 26,1% dos participantes, o Executivo não chegará à marca dos 12 meses, enquanto 25,8% avaliam que o governo irá se sustentar por "cerca de um ano". Entre os inquiridos, somente 14% afirmaram que os quatros anos da legislatura serão cumpridos.

O premiê, Luís Montenegro (ao centro), com os ministros dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel (a esquerda), e das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento (a direita), durante sessão no Parlamento em comemoração aos 50 anos da Revolução dos Cravos. São três homens brancos, de cabelo escuro. Todos usam terno e gravata. Atrás deles há um arranjo com diversos cravos vermelhos
O premiê, Luís Montenegro (ao centro), com os ministros dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel (esq.), e das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento (dir.), durante sessão no Parlamento em comemoração aos 50 anos da Revolução dos Cravos - Filipe Amorim/AFP

O trabalho foi feito pelo instituto Intercampus e contou com a participação de 615 eleitores em Portugal.

Com um apoio parlamentar frágil, o novo governo assumiu o poder em 2 de abril, após eleições antecipadas convocadas pela queda inesperada do Executivo de maioria absoluta de António Costa (Partido Socialista), que pediu demissão após uma investigação de corrupção. As principais acusações do Ministério Público, no entanto, têm sido postas em xeque pela Justiça lusa.

Desde a campanha, o premiê Luís Montenegro afirmou que não faria acordos com o partido de ultradireita Chega para governar. A dimensão expressiva da bancada da legenda populista, que com 50 deputados é a terceira maior força do Parlamento, tem complicado as contas do social-democrata.

Sem o Chega, os demais partidos de direita têm juntos 88 deputados: três a menos do que a soma das esquerdas.

Esse cenário tem obrigado o governo a negociar com as oposições, sobretudo com o Partido Socialista.

Ainda antes da posse oficial, o Executivo já vivenciou o seu primeiro tropeço, quando teve dificuldades para conseguir eleger o presidente do Parlamento, o terceiro posto mais importante da República portuguesa.

Sem o apoio da ultradireita, o governo só conseguiu desbloquear a aprovação de seu indicado no segundo dia de tentativas, depois de fechar um acordo onde se compromete a dividir a liderança da Casa com os socialistas.

O arranjo prevê uma solução intermediária, com a direita liderando a Assembleia da República nos dois primeiros anos da legislatura, cedendo espaço para um socialista na metade final do mandato.

O primeiro grande teste ao governo, porém, serão as negociações para o Orçamento de Estado para 2025. O fracasso na aprovação do documento poderia precipitar a convocação de eleições antecipadas.

Foi o que ocorreu, no fim de 2021, quando o então premiê António Costa não conseguiu aprovar seu orçamento para 2022. O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou que o Executivo minoritário socialista não tinha condições de governar e convocou o pleito antecipado

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