Uma coisa é conseguir a aprovação de um produto de Cannabis junto à Agência de Vigilância Sanitária. Outra etapa, bem diferente, mas não menos desafiadora, tem a ver com o marketing de vendas, que também envolve um processo de educação e constante atualização dos médicos. Com estruturas enxutas, as empresas que chegaram para apostar no mercado brasileiro, não possuem o mesmo fôlego que uma Pfizer, por exemplo, que anunciou a entrada no mercado de Cannabis no fim de 2021.

A maior parte das empresas que conseguiram a licença sanitária da Anvisa (Agência de Vigilância Sanitária), para a comercialização dos medicamentos à base de substâncias da Cannabis, nasceram com um foco específico. É o caso da canadense Verdemed, que mostrou expertise na elaboração dos produtos de CBD (Canabidiol, substância não psicoativa da Cannabis). Dois deles conseguirem o aval da agência no fim de 2021. Mas a empresa tem mais oito produtos para serem aprovados este ano.

Para colocar os medicamentos aprovados pela Anvisa nas farmácias, a Verdemed fechou parceria com a Elleven HealthCare, especializada em marketing de varejo. Entre os sócios da empresa está José Roberto Lazarinni, fundador da Associação de Medicamentos Fitoterápicos, ex-Canopy Grow e Novartis.

Não foi uma contratação de serviços, mas uma aposta conjunta, onde todos ganham se a operação de estruturação do marketing de vendas der certo. "Cada um entra com o que sabe fazer de melhor. A Verdemed com o produto e a Elleven com a parte de vendas", diz Gustavo Furletti, co-fudador e diretor de marketing da Elleven. Antes de abrir a empresa, Furletti dava consultoria para investidores internacionais interessados em estabelecerem negócios no setor de Cannabis medicinal no Brasil. De fato, bons negócios dependem de boas oportunidades. Depois que as grandes farmacêuticas se consolidarem também no mercado de Cannabis, a disputa fica mais difícil.

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