Nesta semana, o grupo Sinapse Social, consultoria jurídica e estratégica em negócios, e a Kanna, empresa pioneira, que levou o cânhamo para o mercado de blockchain, anunciaram parceria. O cultivo da Cannabis ainda é proibido no Brasil, independentemente da variedade dessa família de herbácea. Mas isso não vem sendo empecilho para novos negócios no setor.
A Sinapse é conhecida pelo time e especialistas, entre eles, o advogado Emílio Figueiredo, que trabalha com direito na área da Cannabis, há mais de 10 anos. A Kanna comercializa tokens KNN, espécie de criptomoeda equivalente a frações de terra plantada com cânhamo, que é revertida em créditos de carbono. A planta está entre aquelas com maior capacidade de absorção de CO2 da atmosfera e ainda se destaca pela eficiência na correção do solo para agricultura. O KNN foi lançado no início do ano.
Vale lembrar que o cânhamo é uma Cannabis, que se diferencia da maconha pelo baixo teor de THC (0,3% de tetrahidrocanabidiol, substância psicoativa da Cannabis) e alto de CBD (canabidiol, sem efeito psicoativo), pode ser plantada.
Só para explicar melhor, 0,3% de THC é uma quantidade muito baixa para que a planta sirva para o consumo adulto, mas é excelente fonte de óleos medicinais, fibras para a indústria têxtil, e ferramenta de renovação ambiental.
Devido a essas características, o cânhamo tem surgido cada vez mais como alternativa viável e segura para a introdução de uma nova cultura agrícola, que pode trazer melhorias ambientais e sociais. Um mercado com potencial de chegar a US$ 126 bilhões, no mundo, até 2026, segundo a Prohibition Partners. Aqui, já atrai investidores.
"A chegada dos novos sócios é de extrema importância não só para nossa atuação, como também para todo ecossistema da Cannabis no país, através de um novo argumento da legalização baseado no impacto positivo", diz Luis Quintanilha, CEO da Kanna.
Trata-se de um argumento que vai além do medicinal. A flor dá origem ao óleo de CBD (canabidiol, substância terapêutica sem efeito psicoativo), que tem indicação no tratamento de doenças como depressão e dores crônicas. Mas a planta é 100% aproveitável. As fibras do caule viram roupas, tijolos e até plástico verde. "Acreditamos que a parceria com a Kanna possa potencializar o desenvolvimento do ecossistema", diz o advogado e sócio da Sinapse Emílio Figueiredo. "O nosso conhecimento somado à transparência e rastreabilidade da blockchain parece uma bela combinação para fazer a Cannabis crescer."
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.