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Caio Guatelli

'Tour du Rwanda' ganha atenção com participação de Chris Froome

Mais do que prestigiar a prova, britânico inaugurou projeto social para jovens ruandeses

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Chris Froome tinha tudo para voltar ao topo do pódio e encerrar um jejum de 4 anos sem vitórias na última quinta-feira (23). No entanto, um pneu furado esvaziou suas chances, e o britânico cruzou a linha de chegada apenas na 21ª colocação do dia no "Tour du Rwanda", em Ruanda.

A derrota pode ter sido dura, mas a simples presença de Froome em uma competição africana já fez valer todo esforço. "Estar na África competindo não apenas com os locais, mas sobre a terra onde nasci, parece que fecha o ciclo. Estou feliz só de estar aqui", disse emocionado ao comemorar seu retorno às provas africanas, 14 anos depois de trocar a bandeira do Quênia pela britânica.

Vestindo uniforme de ciclismo, Froome pedala em pista ondulada em frente a uma multidão de fãs
Jovens ruandeses observam Chris Froome inaugurar a pista do projeto 'Field of Dreams' - Divulgação

O maior ciclista da história do Reino Unido nasceu e se profissionalizou no Quênia, mas, à convite de patrocinadores ingleses —e usufruindo da sua ascendência—, preferiu assumir a cidadania britânica aos 22 anos, em 2008. Desde então venceu as mais importantes provas internacionais do ciclismo de estrada e nunca mais participou de competições em seu continente natal.

O retorno tardio do grande campeão à África fez o "Tour du Rwanda" ganhar destaque no noticiário e trouxe à tona a importância do ciclismo para Ruanda, um país que ainda vive sob as sombras do genocídio de 1994 e que encontrou no ciclismo uma forma de se regenerar.

A exemplo do sucesso do projeto "Team Rwanda", que em 2007 usou o ciclismo para pacificar gangues mortalmente rivais e virou tema de filme, Froome aproveitou os holofotes para chamar atenção a outro projeto, o "Field of Dreams" (Campo dos Sonhos), um centro de treinamento de ciclismo em construção na pobre cidade de Bugesera e que prevê atender mais de 40 mil jovens carentes.

Ao lado de dirigentes da Premier Tech, empresa israelense que colaborou na arrecadação de fundos para o empreendimento, Froome inaugurou um circuito de pump track e anunciou a construção de uma pista de ciclismo com 1,2 Km e o edifício que funcionará de sede para a Federação Ruandesa de Ciclismo.

Até agora o projeto beneficente já arrecadou 300 mil Euros e continua a receber doações para possibilitar sua ampliação e a contratação de funcionários.

"Testemunhar a alegria no rosto das crianças enquanto eu pedalava foi uma grande vitória. É um projeto capaz de mudar a dura realidade desse país", disse emocionado o grande campeão após estrear a pista em frente a uma multidão de fãs.

A oitava e última etapa do "Tour du Rwanda" acontece hoje, nas ruas da capital Kigali.

Doações para a conclusão do "Field of Dreams" podem ser feitas através da iniciativa apoiada por Froome na plataforma Givingtech.

Representação do projeto em imagem
Ilustração mostra como ficará a estrutura do 'Field of Dreams' - Divulgação

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