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Pump track ganha popularidade e vira alternativa à quadra poliesportiva

Associação lança manual para auxiliar na construção do equipamento de esporte e lazer

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Considerado uma "pista poliesportiva", capaz de atender desde o iniciante até o atleta de alto nível, o pump track vem ganhando popularidade e se mostra como alternativa viável aos tradicionais equipamentos urbanos de esporte e lazer.

Para quem não é especialista em esportes radicais, a estrutura se parece a uma pista de bicicross. Mas as diferenças, fundamentais para o sucesso desse equipamento, são muitas, a começar pela grande diversidade de público e pela alta capacidade de se adaptar aos espaços urbanos.

crianças usam pista durante o dia
Com skate e bicicleta, crianças usam a pista de pump track do Parque das Bicicletas, na zona sul da cidade de São Paulo - Caio Guatelli

Montado ao ar livre, o circuito ondulado revestido de asfalto costuma ocupar entre 400 e 1.500 m2 de área construída, e pode ter diferentes formatos, de acordo com o terreno e orçamento disponíveis, o que torna a construção da pista adequada mesmo nos extremos da desigualdade socioeconômica das cidades brasileiras.

Além do bicicross, o pump track é também muito bem aproveitado por praticantes de mountain bike, skate, patins, patinetes, cadeira de rodas esportiva ou qualquer tipo de bicicleta popular.

"Num único pump track é possível reunir especialistas de diversas modalidades e também gente que está começando. É a porta de entrada dos esportes de ação urbanos", diz Blue Herbert, pioneiro na construção dos pump tracks brasileiros.

Com sua longa experiência na construção de pistas, Herbert foi um dos profissionais que contribuíram para o desenvolvimento do "Caderno Técnico de Pump Track", publicação gratuita recém-lançada pela Associação Aliança Bike, e que tem como propósito auxiliar administrações públicas e privadas no projeto e construção de equipamentos desse tipo.

"Quem não tem um skate, um patinete ou uma bike em casa e não sente falta de lugar adequado para usar? O que as pessoas estão começando a perceber é que a quadra poliesportiva só atende os esportes coletivos da bola, e a pista poliesportiva atende as rodinhas e os esportes urbanos individuais", observa Herbert. Para ele, o pump track faz um importante contraponto aos tradicionais equipamentos esportivos urbanos.

esportistas usam pista durante o dia
Atletas de alta performance usam pista de pump track do Parque das Bicicletas, no bairro do Ibirapuera, zona sul da cidade de São Paulo - Caio Guatelli

Outro expert no assunto, Luciano Kdra Lancellotti, criador da liga esportiva "Pump League Brasil", destaca o valor inclusivo dos pump tracks para a realidade brasileira. "É uma forma de comunhão social através dos esportes de ação, onde a experiência do rolê vale muito mais que o preço da bike ou do skate. É o valor imaterial a essência do esporte", disse.

De acordo com o "Caderno Técnico de Pump Track", a construção de pump tracks públicos cresceu 930% desde que a cidade de São Paulo inaugurou os 3 primeiros equipamentos, em 2016.

"Hoje já são 28 pump tracks públicos espalhados pelo Brasil. Além desses, também existem outros 12 privados, e veremos a entrega de mais 3 ou 4 ainda no primeiro semestre de 2023", disse o jornalista Michel Garcia Will, coordenador da publicação.

"A ideia do pump track é usar o balanço do corpo e do equipamento para ganhar velocidade e fluidez e assim sobrepor os obstáculos. Então tem toda uma medida adequada, um desenho orgânico muito conectado a esse movimento corporal que é essencial para desfrutar a pista. Esse documento pode de alguma forma orientar iniciativas das prefeituras, ou até mesmo possibilitar que a sociedade civil leve sua demanda ao poder público já com uma fórmula desenvolvida por profissionais de credibilidade".


O "Caderno Técnico de Pump Track" é gratuito e pode ser consultado no website da Aliança Bike. O documento também pode ser baixado clicando aqui.

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