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Ciclocosmo - Caio Guatelli
Caio Guatelli
Descrição de chapéu violência

Ciclista é espancada em assalto no Parque Linear Bruno Covas

Vítima está internada com fratura na face; governo estadual diz que intensificou o policiamento na região

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São Paulo

A gerente de projetos Raquel Reis Rodrigues, de 41 anos, foi espancada durante o roubo de sua bicicleta e celular dentro do Parque Linear Bruno Covas, na zona sul de São Paulo. O crime ocorreu na manhã de quinta-feira (15).

Segundo a vítima, um homem a abordou na rampa que conecta o parque à ponte Laguna, poucos segundos após ela se distanciar de um grupo de 9 ciclistas que realizava uma sessão de treinamento na ciclovia que percorre a margem oeste do rio Pinheiros.

A gerente de projetos Raquel Reis Rodrigues sofreu fratura na face após ser espancada em assalto no Parque Linear Bruno Covas - Arquivo Pessoal/Arquivo Pessoal

"Estava terminando o treino, por volta das 9h, quando um homem pulou na minha frente e pegou a bicicleta. Tentei pegar de volta e ele me agrediu com diversos socos no rosto e na cabeça e chutes em todo o corpo. Estou internada com fratura na face e hematomas no tornozelo, glúteo, cotovelos e braços", disse por telefone.

Raquel conta que começou a pedalar na ciclovia do Parque Linear Bruno Covas há cerca de 5 meses, e que acreditava que o risco de assaltos na região tinha diminuído com o aumento no patrulhamento. "Pouco antes do assalto tinha passado um grupo de 3 motos da Polícia Militar, mas não adianta só passar. Para acabar [com esse tipo de crime] tem que montar uma base fixa de policiais nos acessos do parque".

Por serem planas, segregadas do trânsito e sem interrupções, as ciclovias dos dois parques que margeiam o rio Pinheiros viraram as preferidas do crescente público de ciclistas da cidade de São Paulo, o que tem atraído a atenção de criminosos, que geralmente miram bicicletas caras e aparelhos celulares.

Ciclistas usam rampa em zigue-zague
Rampa de acesso da ponte Laguna ao Parque Linear Bruno Covas, onde ocorreu o assalto - Caio Guatelli/Caio Guatelli

Em novembro do ano passado, o assalto à ciclista profissional Gisele Gasparoto ficou nacionalmente conhecido após ela publicar um vídeo em que aparecia assustada instantes após ter sua bicicleta de R$ 70 mil roubada na ciclovia do parque, quase no mesmo local onde ocorreu o assalto desta quinta-feira. No mesmo ano, a designer Flavia Rymer, 60, foi atacada por dois homens quando pedalava no extremo sul do parque. "Eles me derrubaram e desmaiei. Acordei meia hora depois, sem a bicicleta, sem celular e sem carteira", disse a designer na época.

Em março deste ano, um frequentador da ciclovia Franco Montoro (margem leste) conseguiu gravar em vídeo um assalto que ocorria na outra margem do rio. Nas imagens, que circulam nas redes sociais e também repercutiram na imprensa nacional, é possível ver dois criminosos atacando violentamente um homem na ciclovia da margem oeste.

Entre abril e maio, uma onda de assaltos nas duas ciclovias do rio Pinheiros deixou ao menos uma ciclista ferida após embate com criminosos.

O avanço da criminalidade na região fez o governo estadual destacar mais efetivo policial por motos nas duas margens do rio, mesmo assim os ciclistas que frequentam as estruturas dizem que a medida não tem sido suficiente. No tumultuado grupo de Whatsapp da ciclovia do rio Pinheiros, criado e controlado pela Farah Service, empresa que faz a gestão dos parques, os relatos de assaltos e pedidos por mais efetivo policial são constantes. Diversos integrantes do grupo reclamam a falta de câmeras de monitoramento e pedem por uma base da PM nas margens do rio.

O preparador físico Cleiton Ferreira dos Santos, que coordena o grupo de ciclistas do qual Raquel faz parte, reforça a necessidade de maior efetivo policial na região. "Toda semana tem assalto lá e ninguém faz nada. A insegurança afasta as pessoas e já perdi uns 20 alunos que estão com medo de voltar a pedalar no parque".

Do hospital, Raquel disse que está traumatizada, indignada e triste. "Não consigo pensar em voltar a pedalar, estou com muito medo".

Raquel reclamou também do atendimento recebido no 11º DP (Santo Amaro). "Cheguei lá achando que iriam fazer um exame de corpo delito, mas o delegado me orientou a abrir um boletim de ocorrência de forma online, foi o que eu fiz".

PM atende a gerente de projetos Raquel Reis Rodrigues após assalto no Parque Linear Bruno Covas

Em resposta à reportagem, a Secretaria de Segurança Pública do Governo do Estado de São Paulo divulgou uma nota, replicada aqui na íntegra:

A Polícia Militar intensificou as ações de policiamento ostensivo e preventivo na região, o que resultou em uma redução de 21,6% dos roubos em geral e 15,6% dos roubos de veículos, neste primeiro semestre, no 34º Distrito Policial (Vila Sônia), responsável pelas ocorrências registradas no bairro. Até o momento, a delegacia não localizou o registro da ocorrência citada. É fundamental que as vítimas formalizem a ocorrência seja em uma delegacia territorial pela delegacia eletrônica para que os casos possam ser devidamente investigados e os autores punidos.

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