Uma das maiores dúvidas de investidores é sobre qual o melhor momento em que devem ter ou elevar exposição ao mercado de ações. Sem um indicador que sinalize o instante adequado, o investidor acaba aplicando quando o mercado já subiu demais e saindo quando ele já caiu. Esse comportamento acaba resultando em perdas no longo prazo. Portanto, é muito importante que todo investidor tenha uma estratégia bem estruturada.
Sem uma estratégia bem definida, o investidor fica perdido com o excesso de informações e a volatilidade do mercado. Portanto, é fundamental o acompanhamento de indicadores que oriente no investimento.
Nesse sentido, comentei no último domingo sobre um indicador fácil de montar e de acompanhar. Este indicador sinaliza o momento para ter exposição ou até mesmo para elevar a participação em bolsa com boa efetividade no passado. Leia sobre esta estratégia no link.
Vários leitores questionaram sobre qual seria o retorno desta estratégia no longo prazo. Portanto, fiz algumas simulações e apresento a seguir.
Simulei usando apenas o Ibovespa, que poderia ser substituído por qualquer fundo passivo no índice, e o CDI, que poderia ser substituído por um fundo ou CDB de liquidez rendendo 100% do CDI. Utilizei o período desde 2001 até agosto de 2022 para a simulação.
Nas últimas duas décadas, este indicador forneceu sinal de entrada no mercado por cinco vezes. O gráfico acima apresenta, na cor azul, os momentos em que o investidor deveria ter exposição ao mercado de ações no passado.
O resultado da estratégia depende da exposição desejada ao mercado. Quanto maior o risco, ou seja, a participação em bolsa nos momentos indicados, maior o retorno.
A tabela acima apresenta o ganho desta estratégia para cada percentual escolhido de exposição em bolsa.
O ganho resultante desta estratégia foi desde 118% do CDI até 356% do CDI.
O gráfico abaixo apresenta a evolução desta estratégia (com exposição de 100% em bolsa nos momentos indicados), do CDI, e do Ibovespa.
Conforme apresentado no gráfico, um investimento de R$ 100 mil em 2001, se valorizou para R$ 3,6 milhões, R$ 1,1 milhões e R$ 706,6 mil se investiu na estratégia descrita, no CDI e no Ibovespa, respectivamente.
É possível ver que a decisão pela estratégia é muito mais adequada do que manter uma posição sempre comprada na bolsa como muitos indicam.
Nesse momento, você pode se questionar: o que a estratégia recomendaria agora, pois não se sabe qual será a Selic nos próximos 12 meses?
Para isso, é necessário criar um cenário futuro e comparar com a Selic passada.
A Selic nos últimos 12 meses encerrados em agosto foi de 10% ao ano. O indicador sugeriria ter exposição caso se a Selic nos próximos 12 meses seja inferior a esta taxa.
Se você acredita que a Selic será menor que 10% nos próximos 12 meses, pode ser um bom momento para elevar exposição em bolsa. Caso contrário, melhor esperar.
Ressalto que esta é apenas a simulação de uma das possíveis estratégias que podem ser adotadas pelo investidor. Como qualquer estratégia, esta também não vai garantir resultados positivos sempre.
Portanto, atente para o perfil de investidor ao decidir por qualquer investimento de risco.
Michael Viriato é assessor de investimentos e sócio fundador da Casa do Investidor
(Siga e curta o De Grão em Grão nas redes sociais. Acompanhe os posts do Instagram.)
Caso tenham dúvidas ou sugestões de temas que gostariam de ver comentadas aqui, por favor, fiquem à vontade para enviar por e-mail.
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.