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De Grão em Grão - Michael Viriato
Michael Viriato
Descrição de chapéu juros Selic copom

Como investir depois da decisão do BC sobre a taxa Selic

Títulos referenciados ao CDI continuam sendo o melhor investimento no curto prazo

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Você provavelmente já leu que a Selic foi mantida estável em 13,75% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC). Suas dúvidas agora são: quais os riscos, como investir e quanto posso ganhar? Explico estas questões, considerando o comunicado que o BC divulgou após a reunião e os preços de mercado.

O balanço entre títulos referenciados ao CDI e ao IPCA depende do prazo para utilização e avaliação periódica dos retornos. (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress) - Folhapress

Depois de interromper a alta da Selic em setembro, o mercado ligou o cronômetro para contar e tentar adivinhar quando devem começar as quedas.

Considerando os preços de mercado nos contratos futuros de juros, a primeira queda da Selic deve ocorrer em março de 2023. Mas cuidado em tentar apostar em fortes quedas ou antecipação destas.

Com as incertezas elencadas no comunicado, dificilmente os juros devem cair antes deste prazo. O BC disse para onde você deve olhar para tentar prever quando ele vai começar a reduzir os juros.

No comunicado ele afirma: "O Comitê reforça que irá perseverar até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas".

Entretanto, a inflação, como o próprio BC afirma, está pressionada e as expectativas elevadas.

Ou seja, a taxa deve permanecer em 13,75% ao ano até que as expectativas do mercado com relação à inflação convirjam para a meta.

As metas de inflação de 2023 e 2024 são de 3,25% e 3%, respectivamente, com uma faixa de oscilação de 1,5% para cima ou para baixo.

Hoje o mercado espera uma inflação de 4,94% para 2023. Mas como o BC explica, existem incertezas internacionais relativas à inflação e locais com relação à questão fiscal.

Neste contexto, o mais recomendável é ter um balanço de exposições na parcela de renda fixa.

Para recursos que você planeja usar nos próximos 12 a 24 meses, alternativas referenciadas ao CDI estão mais vantajosas no momento.

É possível investir em fundos de renda fixa e CDBs com taxas de até 115% do CDI para este período. Considerando o atual CDI, isso resulta em retorno de até 15,7% ao ano.

Já para horizontes mais longos, é importante manter uma parcela em IPCA, mesmo que pareça desvantajoso no curto prazo. Isso ocorre, pois as taxas de juros reais estão mais elevadas neste momento. Portanto, investindo agora, você garante uma taxa de juros real interessante por mais tempo.

Da mesma forma, é possível investir em CDBs com taxas de IPCA+6,7% ao ano com vencimento de 2026 ou 2027. Esse rendimento tem um prêmio de 1% acima da taxa do título público equivalente. Portanto, um ganho quase irrecusável.

O balanço entre títulos referenciados ao CDI e ao IPCA depende do prazo para utilização e avaliação periódica dos retornos. Quanto maior o prazo de ambos, maior pode ser a proporção alocada em títulos que o protegem da inflação e garantem seu poder de compra no longo prazo.

Com taxas de juros tão elevadas, alternativas de risco podem ser uma proporção menor da carteira.

Dentre as alternativas tradicionais de investimento, uma se mantém desvantajosa. Se você ainda tem recursos na caderneta de poupança, aproveite agora para migrar para as duas alternativas citadas acima e garantir juros mais altos para sua carteira.

Michael Viriato é assessor de investimentos e sócio fundador da Casa do Investidor

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Caso tenham dúvidas ou sugestões de temas, por favor, fiquem à vontade para enviar por e-mail.

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