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De Grão em Grão - Michael Viriato
Michael Viriato
Descrição de chapéu Selic juros copom

Nos últimos 12 meses, a escolha menos óbvia do Tesouro Direto foi a melhor

A decisão que parece mais óbvia em investimentos, frequentemente não é a melhor resposta

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Imagine um cenário, em que a inflação acumulada em 12 meses está em 10% ao ano e com perspectiva de se manter pressionada, e o CDI, no mesmo período, está em 3,25% ao ano. O que pareceria mais sensato de se fazer: aplicar em títulos de renda fixa referenciados ao CDI ou em títulos que garantissem um juro real de 4,7% ao ano, ou seja, acima do IPCA?

A decisão que parece mais óbvia em investimentos, frequentemente não é a melhor resposta. Michael M. Santiago/Getty Images/AFP - AFP

Esse foi o cenário que investidores conviveram em outubro do ano passado, ou seja, 2021.

Naquele momento, o mercado esperava que a Selic Meta, definida pelo Comitê de Política Monetária, encerraria o ano de 2022 em 8,5% ao ano. Essa perspectiva pode ser obtida do relatório Focus do Banco Central de outubro de 2021.

A escolha óbvia seria aplicar em um título referenciado ao IPCA de curto prazo, por exemplo, com vencimento em 2026. Esse título prometia um rendimento de IPCA + 4,7% ao ano naquele momento.

O raciocínio simples diria que mesmo que a inflação caísse para 4% ao ano, o título referenciado ao IPCA daria o mesmo que o referenciado à Selic, mas com o benefício de ter uma proteção caso a inflação não cedesse como esperado.

Passados oito meses, ou seja, ao final de maio de 2022, esse investidor tinha certeza que sua decisão em outubro de 2021 pelo título referenciado ao IPCA foi a correta.

Em maio de 2022, era esperado que o IPCA encerrasse 2022 em 8,73% ao ano. Mesmo que a Selic atingisse o patamar esperado de 13,25% ao ano, ao final de 2022, o título a IPCA + 4,7% ao ano, ainda teria sido uma sábia escolha.

Entretanto, quando avaliamos no momento atual, a decisão óbvia de investir no título referenciado ao IPCA não foi a melhor.

A taxa Selic subiu mais que o esperado, atingindo 13,75% ao ano.

O IPCA apresentou forte queda nos últimos meses. Tivemos nos últimos três meses a maior deflação observada desde o plano Real.

Por fim, a taxa do título Tesouro IPCA 2026 subiu, causando desvalorização do título.

Os títulos referenciados ao CDI ou Selic que não pareciam a melhor escolha em outubro de 2021, apresentaram o melhor desempenho no acumulado de 12 meses.

Olhando de agora, a decisão parece óbvia sobre qual título todos deveriam ter investido.

Como disse Delfim Neto: quando o futuro vira passado, todos ficamos mais inteligentes.

Agora, todos estão de frente de outra decisão "óbvia". O CDI ou Selic parecem ser a melhor escolha para os próximos 12 meses.

Lembrem-se, a decisão óbvia, nem sempre é a melhor. Temos de ter cuidado para não sermos levados pelo mercado no momento que estamos vivenciando. O ideal é ter uma diversificação.

Comenta aqui qual você acha ser a melhor decisão agora: CDI ou IPCA+5,6% com vencimento em 2026?

Michael Viriato é assessor de investimentos e sócio fundador da Casa do Investidor

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