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De Grão em Grão - Michael Viriato
Michael Viriato

Onde aplicar o caixa de sua empresa?

As aplicações do caixa de uma empresa deveriam se assemelhar mais às de um idoso de 90 anos

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Existem dois tipos de empresas ou pessoas jurídicas (PJ) como se costuma chamar. Existem as PJs que são empresas de investimentos pessoais, por exemplo, um fundo de investimento ou empresas criadas apenas para conduzir investimentos pessoais do próprio dono. E há aquelas que possuem uma atividade operacional que gera caixa e é a finalidade alvo de criação desta. Vou abordar os dilemas de investimento do caixa desta última.

Ambiente de negociação da New York Stock Exchange (NYSE) (Bolsa de Ações de Nova Iorque). REUTERS/Brendan McDermid ORG XMIT: PPP - NYK504 - REUTERS

Se você é um empresário sem tempo e não quiser entender as explicações, então guarde estas duas afirmações:
1 – Empresas não devem investir como pessoas físicas;
2 – O caixa da empresa deve ser investido em alternativas de renda fixa, de baixo risco e privilegiando a liquidez;

A grande falha no investimento do caixa das PJ ocorre, pois o principal acionista costuma confundir o caixa desta como a extensão de seus investimentos pessoais.

Quando pensamos nos investimentos pessoais tópicos como diversificação, alocação internacional, fundos multimercados, risco e carência em investimentos de longo prazo são aspectos naturais.

Entretanto, as aplicações do caixa de uma PJ devem ser diferentes. A decisão de onde aplicar está sempre relacionada ao objetivo de uso do recurso.

Assim, vamos entender qual a finalidade do caixa de uma PJ. Ele deve ser usado para honrar pagamentos de curto prazo e para cumprir com os planos de investimentos da própria empresa.

Portanto, perceba que o objetivo de uso não permite se correr risco e deve ter, em geral, horizonte de curto prazo ou até médio prazo, em alguns casos.

O único risco ao qual o caixa da empresa deve se submeter é o investimento em seu próprio negócio. Portanto, esqueça aplicações em ações, fundos multimercados e outros ativos de risco.

Fazendo uma analogia, as aplicações do caixa de uma empresa se assemelhariam mais às de uma pessoa física (PF) que tem 90 anos. Logo, quando for aplicar o caixa de sua empresa, se pergunte: o vovô aplicaria nisso?

Esse tipo de investidor deve ter baixo risco, pois perdas podem comprometer seus compromissos futuros ou elevar despesas financeiras por necessidade de empréstimos. Também, deve ter elevada liquidez para cumprir com maior facilidade gastos emergenciais e oportunidades de investimentos no próprio negócio.

Se há caixa em excesso que não deve ser utilizado, mesmo no plano de investimentos, o mesmo deve ser distribuído aos acionistas de forma que estes possam investir seguindo seus próprios objetivos e restrições.

Não caia na armadilha de querer elevar o retorno da empresa por meio de aplicações financeiras de risco, pois pode comprometer a saúde financeira de seu próprio negócio ou prejudicar seu crescimento pela perda de oportunidades por não ter liquidez para aproveitar.

Michael Viriato é assessor de investimentos e sócio fundador da Casa do Investidor.

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