Chega o fim de semana e, naquele churrasco dos amigos ou da família, seu primo ou amigo pergunta: quanto rendeu sua carteira nesse mês? Você quer contar algo positivo, mas sua rentabilidade não foi boa ou foi ali próxima do CDI. Aposto que você já passou por uma situação parecida. O contexto piora ainda mais quando seu primo ou amigo saca o celular, todo orgulhoso, e mostra quanto ganhou no mês. Temos vontade de na segunda-feira já mudar toda a carteira. Pensamos que investir de forma simples não está com nada. Será?
Em meu trabalho de assessor de investimentos, já tive que acalmar vários clientes que chegaram na segunda-feira querendo mudar tudo.
É preciso tomar muito cuidado quando temos a observação de uma pequena janela de retorno de um amigo ou familiar. Lembre-se do que sempre repito. O risco não deixou de existir só porque um investimento deu certo. Apenas o risco não se materializou naquele período.
Embora para investidores com perfil de risco adequado faça sentido buscar um prêmio de risco, para os investidores conservadores, não ter risco também pode compensar.
Foi isso que ocorreu quando olhamos uma janela dos últimos 20 anos, ou seja, desde novembro de 2003.
Não há nada mais conservador e com bom retorno que um CDB a 115% do CDI ou superior quando investimos dentro da garantia do FGC.
Digo para o investidor conservador, pois este costuma ficar ansioso até quando o IPCA vem mais baixo e o CDB referenciado ao IPCA perde do CDI. Mas, eu prefiro este indexador IPCA.
Em um CDB a 115% do CDI, pela própria matemática, você não vai perder do CDI.
Também, como escrevi recentemente, pelo poder da composição dos juros, no fim de alguns anos, este CDB vai render mais do que promete. Entenda esse efeito com os números a seguir.
Nos últimos 20 anos, seu investimento no CDB a 115% do CDI teria valorizado 940,94%. No mesmo período, um investimento a 100% do CDI se valorizou 667,13%. Portanto, pelo efeito da composição, o CDB a 115% do CDI rendeu 141% do CDI, ao final de 20 anos .
Quase ninguém se dá conta deste efeito no longo prazo.
O gráfico acima mostra a evolução de um CDB a 115% do CDI e de diversas alternativas comuns ao investidor.
Quem nunca cogitou em aplicar em títulos públicos americanos por causa da dica de um amigo ou de um influenciador? Veja que mesmo com o efeito do dólar. Eles perderam do CDB a 115% do CDI. O mesmo ocorreu para o S&P500 e para o Ibovespa.
O investimento no CDB a 115% do CDI perdeu para apenas três alternativas comuns: IMAB-5, IMAB-5+ e Nasdaq (com efeito do dólar).
Entretanto, como o CDB a 115% do CDI praticamente não tem volatilidade, ele apresentou o melhor retorno por risco.
Portanto, cuidado ao ficar pensando em fórmulas mirabolantes e complicando seu portfólio. Não estou dizendo que não compense diversificar e correr risco. Mas, que um investidor mais conservador, pode muitas vezes ter excelentes retornos no longo prazo.
Michael Viriato é assessor de investimentos e sócio fundador da Casa do Investidor.
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