Ao planejar investimentos a longo prazo, os investidores frequentemente se deparam com um dilema crucial: optar por ativos referenciados ao CDI ou ao IPCA? Essa escolha pode ser determinante para o sucesso financeiro futuro, especialmente quando se trata de metas importantes como a aposentadoria. Descubra qual opção oferece a maior segurança e potencial de retorno real, e como essa decisão pode impactar significativamente seu planejamento financeiro.
Um dos riscos mais significativos em investimentos de longo prazo é a incerteza sobre o juro real ganho. Ao investir em ativos referenciados ao CDI ou à Selic, não há garantia sobre o juro real que será obtido.
Isso ocorre porque, embora o CDI ou a Selic possam parecer uma opção segura devido à sua estabilidade aparente, não é possível afirmar qual será seu retorno nominal futuro, muito menos o real, ou seja, acima da inflação.
O retorno que se obtém da parcela de inflação, é apenas uma reposição do poder de compra e não representa um ganho para o investimento. Portanto, investir em ativos vinculados ao CDI traz uma incerteza maior quanto ao retorno real, tornando difícil o planejamento para objetivos de longo prazo como a aposentadoria.
Em contraste, os ativos referenciados ao IPCA oferecem uma visão mais clara do juro real que se espera ganhar. Uma vez que o IPCA ajusta o retorno com base na inflação, o investidor tem uma previsão mais precisa do ganho real. Isso significa que ao escolher ativos atrelados ao IPCA, o investidor tem menos risco em relação ao retorno real e pode planejar com mais segurança, sabendo com mais clareza o que esperar em termos de crescimento do seu capital.
Lembre-se, o crescimento do capital que importa é apenas aquele acima da inflação.
Esse entendimento é ainda mais relevante quando se considera a aposentadoria.
Por exemplo, um investidor que visa a aposentadoria em 20 anos poderá encontrar maior segurança em títulos atrelados ao IPCA, pois estes oferecem uma previsibilidade maior em relação ao valor que ele terá acumulado no futuro.
Sim, estes títulos vão trazer mais volatilidade, mas essa escolha assegura que o poder de compra do capital investido não será corroído pela inflação ao longo dos anos, garantindo assim um planejamento mais efetivo e uma maior tranquilidade financeira na aposentadoria.
Assim, ao avaliar opções de investimento, é crucial considerar não apenas a segurança aparente, mas também o impacto real das escolhas no cumprimento de objetivos de longo prazo. Entender a diferença entre os ativos referenciados ao CDI e ao IPCA e o risco associado a cada um deles é um passo fundamental para tomar decisões de investimento mais informadas e alinhadas com os seus objetivos financeiros pessoais.
Michael Viriato é assessor de investimentos e sócio fundador da Casa do Investidor.
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