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De Grão em Grão - Michael Viriato
Michael Viriato
Descrição de chapéu Selic juros inflação

Entenda o que é mais arriscado na renda fixa

O entendimento do que é o real risco no investimento de renda fixa é fundamental para realizar a escolha certa

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Nesta próxima quarta-feira o Comitê de Política Monetária (COPOM) do Banco Central (BC) deve reduzir a taxa Selic Meta mais 0,5% para 11,25% ao ano. Esta será a quinta redução desde agosto de 2023. Entretanto, está longe de ser a última. Esse movimento levanta uma questão importante: você entende o que é o risco na renda fixa?

O entendimento do que é o real risco no investimento de renda fixa é fundamental para realizar a escolha certa. Michael M. Santiago/Getty Images/AFP (Photo by Michael M. Santiago / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP) - Getty Images via AFP

De março de 2021 a agosto de 2022, ou seja, em menos de um ano e meio, a Selic saiu de 2% e alcançou 13,75% ao ano. A intensidade do movimento de alta surpreendeu a todos.

Neste momento, estamos no sentido contrário, ou seja, de queda. Ainda devem ocorrer, pelo menos, mais quatro cortes até julho deste ano quando a Selic deve alcançar 9,25% ao ano. Mas, não deve parar por aí.

Assim como em 2021 poucos imaginavam uma Selic acima de 9% ao ano, agora, também poucos imaginam uma Selic abaixo deste nível. Sabemos que os primeiros estavam errados.

Quando falamos em risco, o prêmio Nobel em economia Daniel Kahneman define um investidor avesso ao risco como aquele que prefere um resultado certo a um incerto com mesmo valor.

Então vamos entender se você é um investidor avesso ao risco, ou prefere risco. O que você prefere?
a) um retorno de 6% ao ano certo?
b) um retorno que pode variar entre 10% e -5% ao ano, mas que de forma esperada, ou seja, quando se considera as probabilidades, deve ser de 3,7% ao ano?

Olhando desta forma, não precisaria um prêmio Nobel para expressar o que parece ser a melhor alternativa. Os resultados esperados nem são iguais para se ter alguma dúvida.

Entretanto, atualmente, muitos ainda preferem a alternativa "b" quando falamos em renda fixa, ou seja, o maior risco.

Sim, embora você possa ter preferido a alternativa "a" na pergunta acima, no ano passado e, talvez, até nesse momento você ainda tenha dúvidas ou na prática esteja optando pela alternativa de maior risco quando está investindo na renda fixa.

Em renda fixa, o retorno nominal é sempre formado por duas partes. Uma é o retorno real, ou seja, aquele acima da inflação. A outra parte é a própria inflação.

Sabemos que a inflação é apenas a reposição do poder de compra, então ela não conta como rendimento na prática.

Portanto, o que vale é o retorno real.

Nos últimos quinze anos, o retorno real implícito em títulos referenciados ao CDI ou Selic variou entre -4,74% e 10% ao ano. A média ficou em 3,74% ao ano de retorno acima do IPCA.

A partir desta próxima quinta, o retorno real na Selic ou CDI ainda se encontra em 6,97% ao ano.

Ainda parece muito atrativo. Mas, este é um retorno com risco. No fim do ano, este retorno real do CDI deve estar menor que 5% ao ano.

Se você realmente é um investidor avesso ao risco, ou seja, aquele que prefere menos risco para ter o mesmo resultado, deve aproveitar agora para travar pelo longo prazo os retornos reais que ainda existem acima de 6% ao ano.

O entendimento do que é o risco no investimento de renda fixa é fundamental para que não caia na tentação do conforto de um título que apenas varia pouco, mas que vai te pagar menos ao longo do tempo.

Michael Viriato é assessor de investimentos e sócio fundador da Casa do Investidor.

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