De Grão em Grão

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De Grão em Grão - Michael Viriato
Michael Viriato
Descrição de chapéu Selic juros

Há 10 anos, investi em títulos de renda fixa americanos com dólar a R$ 2,33; Acertei ou errei?

A busca por retorno em moeda "forte" pode te deixar com retorno "fraco" e maior risco

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Quem remeteu recursos em fevereiro de 2014 para os Estados Unidos conseguiu um câmbio de R$ 2,33. O dólar hoje vale R$ 4,96. Portanto, só no câmbio, a valorização foi de mais de 100%. Olhando desta forma parece que este foi um excepcional investimento. Mas, foi mesmo?

A busca por retorno em moeda "forte" pode te deixar com retorno "fraco". REUTERS/Brendan McDermid//File Photo ORG XMIT: FW1 - REUTERS

Avaliar a variação do câmbio e ver apenas o retorno sem comparar com nossos juros proporciona uma sensação similar à de quem compra um imóvel e diz: meu investimento dobrou, não tem como ter sido ruim.

Afinal, tudo o que dobra de valor aparenta ter sido um bom investimento.

Entretanto, as taxas de juros no Brasil, quando colocadas ao lado para comparar, quebram qualquer justificativa.

Na última década, aquele que enviou recursos para o exterior e investiu no ETF de renda fixa de títulos públicos americanos de 7 a 10 anos, o IEF ganhou mais 10% de retorno além do câmbio.

Só 10% no investimento de renda fixa? Isso mesmo. O ETF IEF rendeu o equivalente a 1% ao ano.

A variação do câmbio adicionou mais 111,3% no período, que equivale a um retorno de 7,76% ao ano.

Vamos começar a comparar. Quanto você acha que rendeu o CDI no mesmo período?
a) 91%
b) 111%
c) 131%
d) 141%

Aqueles que me acompanham sabem que na verdade, o ideal para longo prazo não é investir no CDI. O mais adequado é investir em títulos referenciados ao IPCA.

Evolução de um investimento em base 100 em fevereiro de 2014 no ETF IEF de títulos americanos (considerando a variação cambial) e no IMAB-5 (índice de títulos públicos federais brasileiros de vencimento menor que cinco anos e referenciados ao IPCA)
Evolução de um investimento em base 100 em fevereiro de 2014 no ETF IEF de títulos americanos (considerando a variação cambial) e no IMAB-5 (índice de títulos públicos federais brasileiros de vencimento menor que cinco anos e referenciados ao IPCA) - Michael Viriato

O gráfico acima apresenta o investimento no IMAB-5 que é o índice dos títulos públicos federais referenciados ao IPCA de até 5 anos de vencimento e no ETF IEF que menciono acima, já considerando a valorização cambial.

Perceba que o investimento internacional além de ter um pior desempenho, também apresentou muito mais volatilidade.

O investimento apenas em título que rende 100% do CDI teria ido melhor que o internacional com muito menos risco. Quem respondeu a letra "d" na pergunta acima, acertou. O CDI rendeu o equivalente a 9,2% ao ano, nesta última década.

Já o investimento no IMAB-5 rendeu 187,1%, o equivalente a 11,12% ao ano, nos últimos 10 anos.

Portanto, cuidado com a ansiedade em "diversificar" em moeda "forte", pois você pode acabar com retorno "fraco" e maior risco.

Convite para que eu analise seus desafios financeiros:

Aproveito para chamar a atenção para o artigo dessa semana da coluna Comento seu Dinheiro. Nesta nova coluna, eu comento e esclareço os desafios financeiros dos leitores. Se você desejar, posso comentar sobre sua dúvida. Para enviar sua dúvida, escreva um e-mail para mim descrevendo o problema e colocando no título: Comente meu dinheiro. No e-mail, fale sua profissão, idade, conte um pouco de sua história e explique seu dilema com detalhes.

Michael Viriato é assessor de investimentos e sócio fundador da Casa do Investidor.

Fale direto comigo no e-mail.

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