De Grão em Grão

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De Grão em Grão - Michael Viriato
Michael Viriato
Descrição de chapéu juros Selic

Navegando pelos riscos da renda fixa; o que todo investidor deve saber

Na renda fixa, riscos invisíveis podem devorar seus ganhos

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Você já se perguntou por que, mesmo com um planejamento cuidadoso, os investimentos em renda fixa às vezes não rendem como esperado? No mundo dos investimentos, especialmente em renda fixa, os riscos são frequentemente subestimados e mal compreendidos. Abordo os três principais riscos na renda fixa e explico alternativas para proteção.

Na renda fixa, riscos invisíveis podem devorar seus ganhos. REUTERS/Brendan McDermid ORG XMIT: PPP - NYK507 - REUTERS

O maior dos riscos na renda fixa, surpreendentemente negligenciado por muitos, é o risco de inflação. Mas, por que tantos investidores dão de ombros para esse risco, especialmente ao canalizar recursos para opções aparentemente seguras como o Tesouro Selic e CDI? E mais importante, como podemos nos proteger desses riscos invisíveis que ameaçam corroer nossos ganhos futuros?

O risco de inflação é como uma maré crescente, sutil, mas poderosa. Capaz de erodir o valor real de seus investimentos de renda fixa ao longo do tempo. A confiança excessiva em títulos como o Tesouro Selic ou no CDI, ou seja, vinculados à taxa de juros básica, ou mesmo na caderneta de poupança, pode ser uma armadilha.

Embora estes títulos ofereçam uma certa proteção, eles não são imunes aos caprichos da inflação. Quando a inflação supera os rendimentos, o poder de compra do seu retorno pode diminuir significativamente. Não se pode garantir um juro real nestes tipos de aplicação.

Então, como se proteger deste risco? Investir em produtos atrelados à inflação pode ser uma salvaguarda, ajustando seus retornos para manter o poder de compra ao longo do tempo. Dentre os produtos, podemos citar títulos públicos, mas também os privados como CDB, LCI, LCA, CRI, CRA e debêntures. É importante atentar que estes sejam referenciados ao IPCA, pois também há alternativas deles referenciadas ao CDI que recairiam no risco que procuramos fugir.

Os títulos privados citados acima podem ser usados para proteção contra a inflação. Entretanto, eles carregam também um dos três maiores riscos na renda fixa, o risco de crédito.

O risco de crédito surge quando há dúvida sobre a capacidade do emissor de honrar seus compromissos. Em tempos turbulentos, até os emissores considerados seguros podem ser questionados.

Para este caso, não é possível zerar o risco, mas apenas administrá-lo de forma a mitigar o potencial de perda no portfólio ou mesmo reduzir as chances. Para isso, deve-se tomar duas medidas: investir em títulos com alta classificação de crédito e diversificar ou pulverizar o investimento entre diferentes emissores e setores.

Para os títulos de crédito privado bancários, como CDB, LCI e LCA, há a garantia do FGC até R$ 250 mil por emissor e CPF. Portanto, a forma de mitigar o risco neste caso é manter aplicações em volume abaixo do limite da garantia.

Com estas estratégias, você pode aproveitar o prêmio do crédito privado mitigando os riscos dos mesmos.

O terceiro dentre os três principais riscos na renda fixa está relacionado à oscilação dos preços de mercado. Ele é o risco de taxas de juros.

Quando as taxas de juro sobem, os títulos prefixados e referenciados ao IPCA perdem valor. É um risco inevitável, mas muitos investidores falham em medir seu impacto potencial.

A alternativa para proteção deste risco pode também reduzir o potencial de ganho da renda fixa.

Os títulos que possuem o maior potencial de sofrer com variações de taxas de juros são os mais longos. Também por este motivo, estes títulos mais longos costumam ser os que oferecem o maior potencial de retorno. Logo, a mitigação deste risco que passaria por investir em títulos mais curtos, pode potencialmente reduzir o retorno.

Assim, a decisão de proteção deste risco deve considerar além do perfil de investidor o objetivo de retorno da carteira.

Uma alternativa para mitigar o risco de taxa de juros é diversificar a duração ou prazo médio dos seus investimentos em renda fixa, combinando títulos de curto, médio e longo prazo.

Os riscos em investimentos de renda fixa, especialmente o risco de inflação, são mais complexos e enganosos do que muitos investidores percebem. A proteção requer uma abordagem multifacetada, combinando diversificação, seleção cuidadosa e uma compreensão clara dos mecanismos de proteção disponíveis. Ao fazer isso, podemos navegar com mais segurança nas águas às vezes turbulentas dos investimentos de renda fixa. Como você planeja ajustar sua estratégia para enfrentar esses desafios?

Michael Viriato é assessor de investimentos e sócio fundador da Casa do Investidor.

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