De Grão em Grão

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De Grão em Grão - Michael Viriato
Michael Viriato

A maioria que compra seguro de vida perde dinheiro pois não faz isso

Você não deveria contratar um seguro de vida da mesma forma que contrata um seguro de carro

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Muitas pessoas sabem quanto pagam pelo seguro, mas desconhecem o capital segurado e as características específicas da apólice. Esse desconhecimento pode ser compreensível no caso de seguros automotivos, mas quando se trata de seguros de vida, a abordagem precisa ser diferente.

Você não deve contratar um seguro de vida com o mesmo processo que contrata um seguro de carro. Michael M. Santiago/Getty Images/AFP (Photo by Michael M. Santiago / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP) - Getty Images via AFP

No Brasil, há uma tendência de tratar o seguro de vida da mesma forma que o seguro de carro. Isso leva à aquisição de produtos inadequados e à contratação de coberturas impróprias, resultando em desperdício de dinheiro.

A razão para esse comportamento vem de nosso primeiro contato com seguro. Na maioria das vezes, nosso primeiro seguro é o de carro. Assim, aprendemos a lidar com esse instrumento financeiro aplicado ao automóvel.

Por exemplo, o primeiro seguro com o qual tive contato foi de meu primeiro carro. Meu primeiro veículo tinha um valor tão baixo que optei por um seguro apenas para terceiros, pois poucos teriam interesse em roubá-lo. Meus colegas de faculdade certamente se lembram dele, carinhosamente apelidado de Jotalhão.

A simplicidade do seguro de carro deriva da padronização do bem segurado. Marca, modelo, ano, além da idade e sexo do motorista, são fatores que definem o prêmio. Dada a customização, muitas vezes o preço se torna o principal critério de escolha e não precisamos nos preocupar muito com outros detalhes. Embora existam coberturas adicionais, os elementos básicos são pré-definidos.

No entanto, os seguros de vida são fundamentalmente diferentes. Dois seguros com o mesmo capital segurado podem ter características distintas. Existem apólices em que o risco é fixado no início e o preço não aumenta com a idade, enquanto outros podem parecer atrativos inicialmente, mas falham em prover a proteção necessária quando mais se precisa, além de aumentarem significativamente de preço com o passar dos anos.

Certamente, conhecer os detalhes faz toda a diferença. Uma vez, conversei com uma pessoa que estava satisfeita por pagar apenas R$ 50 mensais em seu seguro de vida, sem saber que o capital segurado era de apenas R$ 5 mil. Esse valor é insignificante se considerarmos um patrimônio financeiro de R$ 1 milhão. Apresentei-lhe então uma opção de seguro que, por R$ 574 ao ano, oferecia um capital segurado de R$ 2 milhões, quantia que realmente faria a diferença para sua família em sua ausência.

Apesar de parecer mais caro, perceba que a razão de preço pago por capital segurado é várias vezes mais vantajosa para o seguro de R$ 574.

Antes de contratar um seguro de vida, é crucial realizar um planejamento financeiro. Este tipo de seguro envolve compromissos financeiros de longo prazo, e um planejamento eficiente pode esclarecer as necessidades futuras do indivíduo e de sua família, garantindo que a cobertura seja suficiente para qualquer eventualidade.

Além disso, incorporar o seguro de vida ao planejamento financeiro permite uma visão mais estratégica da gestão de riscos e proteção financeira. Com uma cobertura adequadamente dimensionada, garante-se que a família terá os recursos necessários para manter seu estilo de vida, mesmo na ausência do provedor, sem comprometer outros objetivos financeiros de longo prazo.

Não caia na armadilha da compra por impulso e cuidado com ofertas de seguros de instituições financeiras baseadas apenas em preço a se pagar. Apenas um estudo cuidadoso dos produtos e um bom planejamento financeiro podem determinar as coberturas adequadas para se fazer um seguro de vida eficaz.

Michael Viriato é assessor de investimentos e sócio fundador da Casa do Investidor.

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