Frederico Vasconcelos

Interesse Público

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Descrição de chapéu Folhajus

Ainda existe Ministério Público no Brasil?

Desembargador questiona omissão de Augusto Aras diante de ameaças de empresários

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O título do post é uma pergunta do desembargador aposentado Caetano Lagrasta ao ler na Folha, na semana passada, colunas de Bruno Boghossian e Conrado Hübner Mendes que tratam de golpismo e leniência do sistema de justiça.

Desembargador critica leniência do Ministério Público e corrupção institucional
Procurador-geral da República, Augusto Aras, em entrevista à Folha, em seu gabinete. No destaque, o PGR conversa com o presidente Jair Bolsonaro - Pedro Ladeira/Folhapress e Ueslei Marcelino/Reuters

Boghossian comenta a "torcida organizada do golpismo pelo WhatsApp".

"Com empresários amigos, políticos poderosos alimentados com verba pública e aliados em postos-chave, Bolsonaro realizou o sonho da elite própria", registra o colunista.

"Resta saber se essa turma está disposta a pagar a conta dos delírios autoritários do capitão", questiona Boghossian.

Hübner Mendes comenta a corrupção institucional e a omissão do procurador-geral da República, Augusto Aras.

"Sem Aras e os seus, não haveria Bolsonaro elegível e atrás de reeleição", registra o colunista.

"Augusto Aras se tornou a encarnação nua e sebosa de omissão do sistema de justiça. Ao lado de Artur Lira, senhor do Secretão e da degradação do processo legislativo, forma a dupla de bloqueio do novo coronelismo brasileiro", conclui Hübner Mendes.

Eis a reflexão de Lagrasta:

Lendo Boghossian e Hubner sobram perguntas sem resposta e outras notícias são ainda mais enigmáticas: o Ministério Público ainda existe?

O general Santos Cruz poderia investigar crimes do Estado Brasileiro em reiteradas chacinas nos morros do Rio de Janeiro ou em nossos presídios brasileiros?

Quando cidadãos – políticos ou não – ameaçam pessoas de morte, eles não se sujeitam às leis ou a denúncias dos promotores públicos? Ou, por ser industrial, empresário, comerciante ou meramente burguês, se diferem dos outros: pobres, poetas e pretos?

O Brasil tem sido advertido e condenado por Corte Internacional como a Interamericana de Direitos Humanos, o Presidente da República diariamente em seu "chiqueirinho" ofende gravemente e faz ameaças a mulheres, jornalistas, inimigos políticos e, inclusive, a Juízes de Cortes Superiores e pessoas de gênero diverso daquele com que se apresenta, e ... nada acontece?

A leniência é a mãe de todas as ditaduras.

Filhos e netos estão cansados de advertências ou castigos, em casa, enquanto assistem todos os dias a agressões morais, encontrões ou assassinatos hediondos praticados por próceres da República, ao enveredarem pelos piores desatinos e passarem ao largo das vistas dos "donos" da ação penal ou omissão seletiva daquela espécie de magistrado que, desde a Colônia, acostumou-se à perseguição reiterada de humilhados e ofendidos.

Todos podem imaginar aonde pretendem chegar os súcubos deste governo, sempre dispostos a aplaudir os desmandos da política genocida e perversa, desde que devidamente recompensados: a lugar nenhum! Pois já ocupam as fímbrias do poder e corruptamente gozam de todas as benesses econômicas da riqueza e de suas vantagens; frutos inegáveis da corrupção.

E que, por intocáveis, podem ser indiferentes.

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