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Descrição de chapéu Folhajus

Rota homenageia presidente do tribunal paulista com medalha

Governador eleito e futuro secretário da segurança estavam na cerimônia da PM

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São Paulo

Dias antes de assumir interinamente o cargo de governador, o presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, Ricardo Mair Anafe, recebeu dupla homenagem da Polícia Militar paulista: foi condecorado com uma medalha da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar) e outra, da Academia de Polícia Militar do Barro Branco.

A cerimônia foi anunciada como comemoração do 131º aniversário do 1º Batalhão de Choque - Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar e do centenário da academia do Barro Branco.

Estavam na solenidade o governador eleito de São Paulo, Tarcísio Freitas, e o deputado federal Capitão Derrite, que deverá assumir a Secretaria de Segurança Pública no próximo ano. (*)

Presidente do TJ-SP, Ricardo Mair Anafe, recebe medalha da Rota
Presidente do TJ paulista, desembargador Ricardo Mair Anafe, à direita, em cerimônia de entrega da Medalha Tobias de Aguiar. No centro, o comandante do Batalhão da Rota, tenente-coronel PM Fábio Sérgio do Amaral; à esquerda, o governador eleito, Tarcísio Freitas - Comunicação Social TJ-SP / KS (fotos)

O comandante do Batalhão da Rota, tenente-coronel PM Fábio Sérgio do Amaral, fez a entrega da "Medalha Tobias de Aguiar" a Anafe. A medalha da academia do Barro Branco foi entregue pelo comandante-geral da Polícia Militar, coronel PM Ronaldo Miguel Vieira.

Anafe ressaltou o trabalho desenvolvido pela Polícia Militar e pela Academia do Barro Branco: "Minha gratidão pela comenda. Essa escola guarda como padrão dois pilares: hierarquia e disciplina. O tempo traz o terceiro pilar, a irmandade", registrou o TJ-SP. Ele também destacou que "os oficiais formados pela Academia atuam com honra, dignidade, retidão e ética".

A homenagem a Anafe coincide com a volta ao noticiário do massacre do Carandiru, episódio que envolve a Polícia Militar e o Judiciário paulista.

Com registrou a Folha em editorial, "trinta anos depois, o Judiciário ainda não deu uma resposta efetiva ao massacre do Carandiru — a intervenção policial brutal na antiga Casa de Detenção de São Paulo que resultou na morte de 111 presos, em 1992.

Carandiru foi um marco de barbárie na história da polícia brasileira. Nenhum PM saiu baleado, enquanto 90% dos mortos entre os presos receberam tiros na cabeça.

O caso expõe a morosidade inadmissível da Justiça brasileira, mesmo considerando a complexidade técnica na individualização de condutas em episódios coletivos", conclui o editorial.

Contribuiu para reabrir feridas o fato de o desembargador aposentado Ivan Sartori, ex-presidente do TJ-SP, haver usado o massacre de Carandiru como apelo em sua frustrada campanha eleitoral à Câmara Federal.

"‘Fui o desembargador relator do caso Carandiru", eis o mote de Sartori, que ficou no 860º lugar. Ele sustentou que "não houve massacre", mas "legítima defesa" dos PMs.

Em 2016, Sartori votou pela absolvição dos policiais, sem necessidade de novo júri. Três anos antes, havia sido condecorado pela tropa de choque da PM pelos "relevantes serviços prestados" […] para a elevação do nome da Polícia Militar".

"Esta é a quinta medalha que recebo da PM e isso me traz um orgulho muito grande", disse Sartori na ocasião.

A Medalha Tobias de Aguiar é "outorgada a personalidades civis e militares, instituições públicas e privadas, que tenham contribuído e prestado relevantes serviços ao seu povo, engrandecendo o nome da Polícia Militar do Estado de São Paulo".

A medalha da academia tem "o objetivo de galardoar civis ou militares, ou instituições públicas e privadas, que tenham contribuído e prestado relevantes serviços de maneira a engrandecer o nome da Academia de Polícia Militar do Barro Branco e da Polícia Militar do Estado de São Paulo".

Em 2008, o antropólogo Roberto DaMatta associou a prática de entrega de medalhas no Brasil à ideia de proteção aos amigos.

"O Brasil dá muitas medalhas, ou seja, tem muito mais cacique do que índio, muito mais general do que soldado e muito mais medalhados do que heróis."

(*) Também presentes o deputado Carlão Pignatari, presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo; o general João Camilo Pires de Campos, secretário da Segurança Pública, representando o governador; o juiz Orlando Eduardo Geraldi, presidente do Tribunal de Justiça Militar de São Paulo; o coronel PM Henguel Ricardo Pereira, secretário chefe da Casa Militar, e o delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, Osvaldo Nico Gonçalves.

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