O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) manteve nesta quarta-feira (29) a condenação do presidente Jair Bolsonaro (PL) e decidiu elevar a indenização a ser paga por ofensas à honra da jornalista Patrícia Campos Mello, repórter da Folha.
Bolsonaro já havia sido condenado em primeira instância. No chamado "cercadinho", onde Bolsonaro costuma falar com seus apoiadores, o presidente usou, em fevereiro de 2020, o termo "dar o furo" (um jargão jornalístico) para sugerir que a jornalista se insinuou sexualmente para obter informações.
Patrícia tornou-se alvo de ofensas do presidente e de seus apoiadores após a série de reportagens em que revelou o esquema de disparos em massa e uma rede de empresas contratadas para enviar lotes de mensagens que favoreciam Bolsonaro durante as eleições de 2018. O esquema fez uso fraudulento de nomes e CPFs de idosos.
Antes mesmo da decisão do TJ-SP desta quarta, houve nas redes uma campanha de apoio à jornalista Patrícia Campos Mello. Artistas, políticos e jornalistas engajaram-se na iniciativa e ressaltaram a importância da decisão não só para a repórter, mas para a liberdade de imprensa e o combate ao machismo.
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