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Sessão na CCJ repercute nas redes com Dino, Nikolas e caso da 'chupetinha'

Expressão foi usada pelo deputado André Janones (Avante) e bolsonaristas apontam homofobia

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São Paulo (SP)

Bolsonaristas condenaram o uso do termo "chupetinha" para atacar o deputado federal Nikolas Ferreira (PL) durante audiência com o ministro Flávio Dino na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), que ocorreu nesta terça (28) e tornou-se um dos assuntos mais comentados no Twitter brasileiro, espalhado por diversas hashtags.

Enquanto bolsonaristas condenam o uso do termo "chupetinha" e denunciam homofobia na expressão, outros internautas compartilham respostas de Dino à Comissão. Até o início da tarde desta quarta (29), "Chupetinha" soma mais de 158 mil postagens no Twitter, enquanto "Câmara" tem 125 mil, "Flávio Dino" soma 137 mil e "Nikolas" está com mais de 61 mil menções.

Em meio a um embate com o ministro da Justiça, convocado pela Casa para explicar uma série de fatos envolvendo o início do governo Lula (PT), o parlamentar pediu a palavra e ouviu gritos de "Nicole", "peruca", "palhaço" e "chupetinha". As imagens viralizaram.

Parte das expressões fazem referência ao episódio em que Nikolas vestiu uma peruca no plenário da Câmara e fez discurso transfóbico, no Dia Internacional das Mulheres. Por isso, ele é alvo de representações no Conselho de Ética.

Nas redes, apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) caracterizam o termo "chupetinha" como "homofobia do bem" e criticam o que veem como hipocrisia da esquerda. Já opositores negam o sentido preconceituoso ou sexual da expressão e apontam que ela se refere apenas à falta de maturidade do parlamentar mineiro.

Internautas e veículos de comunicação chegaram a apontar o presidente da CCJ, Rui Falcão, como o responsável pela fala, porém seu microfone estava desligado no momento, como mostram imagens, e não era possível, em um primeiro momento, apontar quem usou a expressão.

O deputado federal bolsonarista André Fernandes (PL) compartilhou um trecho da sessão em que o deputado André Janones (Avante) usa o termo. Em meio a um bate-boca, é possível ouvir Janones dizer "Chupeta falou, presidente", se referindo à Nikolas. No post, Fernandes indaga se a "esquerda não vai questionar o ataque homofóbico".

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL), por sua vez, afirmou que o PL entrará com uma representação contra Janones pelo caso.

Em outro momento da sessão bastante compartilhado na internet, Nikolas é interrompido e ouve insultos, como "Vai, chupetinha!".

Em seu perfil no Twitter, Nikolas afirmou que "a tara da esquerda é acusar hétero de ser gay" e que "usam a homossexualidade como ofensa."

Com a repercussão do caso, o nome de Janones entrou nos assuntos mais comentados na rede social, com 44 mil menções até a tarde desta quarta (29). Ele defendeu o uso do termo e negou haver sentido homofóbico.

"O apelido chupeta, até onde sei, não tem qualquer relação com a orientação sexual do deputado bolsonarista, até ele se eleger representante do sindicato LGBTQIA+ de ontem para hoje," ironizou o parlamentar.

"O apelido foi dado pelo amigo Felipe Neto, uma vez que apesar de [Nikolas] ter quase 30 anos de idade, aparenta ser uma criança, fisicamente, nas atitudes e nas mudanças repentinas de voz, como se vivesse uma puberdade tardia.

O apelido é utilizado contra Nikolas desde o período de campanha eleitoral, em 2022, sobretudo nas redes sociais. O influenciador Felipe Neto, que diz ter sido responsável por sua popularização, protagonizou uma série de embates com o então candidato nas redes, passando a chamá-lo de "chupetinha de milícia" e "chupetinha de genocida".

Segundo ele, as expressões servem apenas para dizer da imaturidade do político e que o possível sentido sexual "nem passou pela minha cabeça".

Para justificar a alegação, Neto publicou uma imagem em que Nikolas aparece como um bebê de chupeta, carregado no colo por Jair Bolsonaro, também um meme eleitoral.

Durante a campanha, Nikolas também foi alvo de uma fake news que o associou a um vídeo íntimo vazado na internet com outro homem. O vídeo, na verdade estrelado por um ator pornô, foi removido do Twitter após decisão da Justiça. Desde então, são comuns memes e montagens de cunho homofóbico com a imagem do político.

Dino 'lacrador'

Outras cenas da sessão do CCJ (Comissão de Constituição de Justiça) desta terça que repercutiram nas redes foram protagonizadas pelo ministro Flavio Dino. O ministro recorreu ao deboche em vários momentos para responder aos parlamentares e teve a postura exaltada por apoiadores do governo nas redes.

Em uma das cenas mais replicadas, o ministro é acusado falsamente pelo deputado André Fernandes (PL-CE) de responder a mais de 200 processos na Justiça, segundo pesquisa que o político disse ter feito em um site jurídico. Dino, então, responde de forma irônica. "Deputado da CCJ dizer que pesquisou no Jusbrasil: eu vou contar para os meus alunos como anedota, como piada. O senhor acaba de entrar no meu livro de memórias", afirma Dino, que depois explica que o sistema de buscas do site identifica registros de candidaturas e prestação de contas à Justiça Eleitoral, entre outros resultados.

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