#Hashtag

Mídias sociais e a vida em rede

#Hashtag - Interação
Interação

Jovem brasileiro conquista maior prêmio no 'BBB do balé mundial'

Pelas redes sociais, diversos admiradores acompanharam a trajetória de João Pedro Silva ao pódio do Prix de Lausanne, competição na Suíça

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Belo Horizonte

No início de fevereiro, viralizaram, especialmente no TikTok, vídeos com apresentações e conteúdos relacionados ao Prix de Lausanne, uma das mais importantes competições de dança do mundo, realizada todos os anos na Suíça.

Cotidianamente, nas redes sociais, fãs acompanharam as notícias relacionadas ao prêmio. Quase como num reality show, assistiam às performances dos bailarinos que competiam e acompanhavam o dia a dia de treinos e ensaios.

Aos poucos, um desses competidores se destacava: o brasileiro João Pedro Silva, de 15 anos.

Natural de Matão, interior de São Paulo, JP, como é conhecido, mudou-se aos 11 anos para Goiânia. Como o objetivo era profissionalizar-se no balé, paixão que remonta à infância, ele se matriculou na Escola do Futuro de Goiás em Artes Basileu França. A instituição, que integra a rede pública estadual de ensino profissionalizante do estado, é referência na América Latina em diferentes gêneros artísticos.

"Dentro de uma das políticas públicas da escola", explica a professora Simone Malta, coordenadora de Dança do Basileu França, "está a continuação da formação profissional do aluno. Ele se forma na escola com o curso técnico, e depois nós promovemos essa continuidade, seja em concursos, seja levando-os em audições pelo mundo."

João Pedro Silva, um jovem branco de cabelos claros e curtos, ergue os braços para o alto e comemora enquanto caem confetes dourados ao seu redor. ele usa um collant colorido e é fotografado em frente a uma cortina vermelha
João Pedro Silva, bailarino brasileiro que conquistou o primeiro lugar do Prix de Lausanne, competição de dança na Suíça - @jp.ssilvaa via Instagram

Foi nesse contexto que JP chegou à Europa, de peneirada em peneirada. Dos cerca de 60 jovens bailarinos sul-americanos que participaram da seletiva realizada na Argentina, três conquistaram uma bolsa para o Prix de Lausanne. JP foi um dos selecionados. Outros quatro brasileiros, entre eles, três estudantes do Basileu França, chegaram à competição de outras formas. Mas apenas João Pedro entrou para a lista dos 20 finalistas que, por lá, concorreram ao grande prêmio.

A experiência –que JP descreve como "intensa, mas incrível"– consistia em, durante a semana de competição, participar de aulas de balé clássico e contemporâneo sob o olhar atento do júri. A essa observação avaliativa, eram somadas, para a seleção dos finalistas, a nota de avaliação de repertório e a nota do solo de cada jovem artista.

"Eu não acredito que exista apenas uma escolha do melhor bailarino. Afinal, se chegaram aqui, todos são bons", diz Simone, que acompanhou JP na viagem. "O que eles avaliam é o seguinte: como o bailarino reage diante da correção do professor?

Vem daí o clima de reality show. Pois, enquanto os jovens são avaliados na competição, espectadores acompanham, pelas redes sociais, as decisões do prêmio.

Aos poucos, a fama também se reverteu no alcance de João Pedro nas redes sociais. Hoje, o bailarino conta com 17,6 mil seguidores no Instagram. Ele havia embarcado para a Europa com apenas 4 mil.

Mas eis que, no dia 3 de fevereiro, a competição chegou ao seu ápice, com as apresentações do último solo de cada finalista. No dia seguinte, foram anunciados os resultados. João Pedro ganhou não só o Prêmio Melhor do Público, tendo obtido a maior votação popular entre os competidores, que vinham de 12 países diferentes, como também conquistou o primeiro lugar da competição, levando o prêmio mais importante da noite.

"Ainda estou sem acreditar", escreveu JP em seu perfil no Instagram. "Parece que tudo isso foi um sonho que ainda não acordei! Desde os 8 anos de idade entrei no balé sonhando em um dia estar neste concurso, mas chegar a ganhá-lo, jamais imaginei!"

Aos vencedores do Prix de Lausanne, são oferecidas bolsas de estudo de um ano em uma das cinco mais renomadas escolas de balé do mundo. Embora JP tenha o direito de frequentar aulas em algumas delas antes de comunicar sua decisão definitiva, ao #Hashtag, ele conta que sua escolha tende aos palcos da Ópera Nacional de Paris ou os do Royal Ballet, de Londres.

Desde o início de 2023, este é o 16º prêmio internacional de balé dos estudantes da rede pública estadual de ensino profissionalizante de Goiás. E tanto João Pedro quanto a professora Simone Malta não escondem a gratidão ao poder público pelo investimento realizado no ensino da arte no estado. Não é à toa que, ao receber o prêmio em Lausanne, JP agradeceu nominalmente ao governo de Goiás.

Como conta José Frederico Lyra Netto, secretário goiano de Ciência, Tecnologia e Inovação, essa admiração é recíproca. "O João Pedro é também um exemplo do porquê vale a pena o estado investir na educação profissional e no ensino da arte".

Recentemente, o governo anunciou o investimento de mais de R$50 milhões no Basileu França, aporte que pretende consolidar a instituição como a principal escola de arte pública do país. "Acreditamos que não há futuro sem arte", Lyra Netto justifica.

LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.