No início desta quarta-feira (16), a Nasa realiza sua terceira tentativa de lançar a missão Artemis 1, primeiro voo do foguete SLS com a cápsula Orion, destinada a levar humanos de volta à Lua. A janela de oportunidade para o lançamento, que neste teste não terá tripulação, se abre às 3h04 (de Brasília) e dura por duas horas. Aqui no Mensageiro Sideral, você acompanha ao vivo o início da missão, a partir das 2h30.
A meteorologia prevê 90% de chance de boas condições para a decolagem. Mas a agência espacial americana vem duelando com este lançamento há algum tempo, e não é impossível que novos problemas técnicos levem ao adiamento do voo.
A primeira tentativa de lançamento, marcada originalmente para o primeiro trimestre, só veio a ocorrer em 29 de agosto.Problemas com um sensor de temperatura de um dos motores do primeiro estágio levaram à interrupção da contagem regressiva, faltando 40 minutos para a decolagem.
Uma nova tentativa foi realizada em 3 de setembro, mas vazamentos excessivos de hidrogênio líquido durante o abastecimento do foguete, acima dos limites tolerados, mais uma vez barraram o avanço da contagem regressiva, três horas antes da abertura da janela de lançamento.
Em vez de recolher o veículo ao prédio de montagem, a Nasa optou por um esforço de efetuar reparos na própria plataforma 39B do Centro Espacial Kennedy, na Flórida. Um exercício de abastecimento do foguete realizado após os reparos foi bem-sucedido. Mas aí o que impediu nova tentativa de voo foi o furacão Ian, que obrigou a agência ao levar o foguete de volta ao prédio de montagem em 26 de setembro.
O procedimento de recolher disparou uma nova série de retomadas de preparação, empurrando um novo esforço de lançamento para meados de novembro. O foguete chegou de volta à plataforma 39B no dia 4, mirando um lançamento na última segunda-feira (14).
E então outro furacão, Nicole, cruzou a Flórida. A agência empurrou a data de lançamento para esta quarta (16), mas não teve tempo de recolher o veículo, que ficou exposto à ventania do furacão. Na madrugada da última quinta (10), ventos de até 160 km/h atingiram o foguete.
Diz a Nasa que tudo se passou dentro dos limites suportados pelo veículo. Há alguma controvérsia sobre isso, levando em conta a altura do foguete (98 m). Fato é que houve alguns danos.
Parte do material de preenchimento entre o sistema de escape de emergência e a cápsula Orion, no topo do foguete, se desprendeu. Mesmo enquanto procedia com a contagem regressiva, a Nasa analisava o risco de que mais desse material se "delaminasse", para usar a expressão deles, e virasse detrito que pudesse atingir o corpo do SLS durante o voo (sim, lembra o caso Columbia, em que espuma do tanque atingiu o bordo da asa do ônibus espacial e condenou a missão na reentrada).
Também houve problemas com um dos conectores de telemetria. A agência seguia tentando restabelecer seu funcionamento, mas destacando que, mesmo que não fosse possível, havia redundância.
Moral da história: nada foi tido como um impedimento para o lançamento. A contagem foi iniciada às 3h54 desta segunda, e a expectativa da agência é levá-la a cabo, com decolagem às 3h04 desta quarta.
A duração total da missão, que envolve levar a cápsula até uma órbita retrógrada distante ao redor da Lua, onde ficará por volta de uma semana, antes de retornar à Terra, depende do dia da partida. Se sair nesta quarta, a previsão é que o retorno aconteça em 11 de dezembro, perfazendo um voo espacial de 26 dias –viagem mais longa que qualquer das missões Apollo, realizadas no século passado.
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