Na Corrida

Pé na estrada, mesmo quando não há estrada

Na Corrida - Rodrigo Flores
Rodrigo Flores
Descrição de chapéu atletismo

Esporte sem fronteiras? Não é bem assim na divisa entre EUA e Canadá

Canadá exige passaporte, visto e certificado de vacinação de corredores

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Rodrigo Flores

Os inscritos na maratona de Detroit (EUA) levaram um susto na semana passada. A poucos dias da largada, eles foram informados pela organização que todos os participantes precisam cumprir uma série de exigências legais (e pouco comuns) para participar de uma corrida de rua. E a culpa é do Canadá.

Detroit, para quem não sabe, fica na fronteira entre EUA e Canadá. Embora o percurso tradicional da maratona aconteça praticamente todo do lado americano, o trajeto prevê um "pulinho" no país vizinho. O corredor cruza uma ponte, atravessa a fronteira, passa aproximadamente 20 minutos em território canadense e depois volta para os EUA por um túnel. Esse desvio acontece desde a década de 1970 e sempre foi visto como parte de uma política de amizade e boa vizinhança entre as duas nações.

Mas aí veio a pandemia, e o jogo virou.

Prédios altos de Detroit separados por um rio, em foto tirada do lado canadense da fronteira
Centro de Detroit (EUA) visto a partir de Windson, no Canadá - Nadine Shaabana/Unsplash

O Canadá segue com regras rígidas para controle da covid-19. É proibida a entrada de pessoas sem vacina no país. Também exige-se isolamento de 10 dias para quem contraiu o vírus. Por fim, todos os corredores norte-americanos precisarão preencher um pedido de visto eletrônico para entrar legalmente no Canadá durante a corrida – mesmo que seja para essa visita de 20 minutos.

Na prática, o que isso significa? Os corredores farão fila para passar por um posto de controle na fronteira no meio da prova? Não é bem isso. Embora não haja uma política rigorosa de fiscalização dos documentos, o Canadá exige que os participantes da maratona levem consigo o passaporte ou carteira de motorista, um certificado de vacinação, além da autorização de entrada no país. Por sorte, são aceitas as versões digitais desses documentos. As autoridades podem parar aleatoriamente qualquer participante para verificar se está tudo em ordem.

Apesar da chiadeira, os organizadores não acreditam que a nova política afastará os corredores. De qualquer forma, quem não quiser se submeter às regras pode correr a meia-maratona, que acontece na mesma data, 100% em território dos EUA.

***

Unir corrida de rua com consciência social é tendência no mundo, e a ideia começa a ganhar tração também no Brasil. No próximo final de semana acontece a Bimbo Global Race, promovida pela multinacional de alimentos simultaneamente em 33 países. O evento presencial será no campus da USP, em São Paulo, mas qualquer pessoa pode participar virtualmente da prova. A inscrição da corrida online é gratuita, e para cada participante inscrito, a empresa promete doar 20 fatias de pão para instituições que combatem a insegurança alimentar. No ano passado, foram doados mais de 31 mil pacotes de pão. Fica a sugestão para quem quiser agregar um pouco de consciência social à sua corrida no final de semana.

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