Na Corrida

Pé na estrada, mesmo quando não há estrada

Na Corrida - Rodrigo Flores
Rodrigo Flores
Descrição de chapéu atletismo

Alerta aos estreantes: o que eu aprendi correndo a São Silvestre

Algumas dicas úteis e outras nem tanto para quem vai encarar a prova pela primeira vez

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Rodrigo Flores
São Paulo (SP)

Toda véspera de Ano Novo, cerca de 35 mil pessoas largam da Avenida Paulista, descem o vale do Pacaembu, passam pela Barra Funda, desbravam o centro velho de São Paulo e empreendem a desafiadora subida da Brigadeiro Luís Antônio até a linha de chegada.

Percorrer os 15 quilômetros da São Silvestre é uma espécie de micareta para corredores. Uma mistura de Carnaval com São João, só que em dezembro. E assim será no próximo dia 31, pela 97ª vez.

Já corri quatro vezes a São Silvestre. Em todas, me diverti e me emocionei. E também cometi alguns erros. Por isso, para ajudar quem estreia na prova, separei algumas dicas que aprendi na marra. Para os veteranos, talvez as informações abaixo sejam redundantes ou óbvias. Mas, para os novatos, tenho esperança que ajudem um pouco. Bora lá!

Linha de chegada da 96ª edição da Corrida de São Silvestre, no ano passado, em São Paulo. - Folhapress

Esqueça o relógio

É muito comum ver corredores ‘costurando’ na São Silvestre. Atletas que se deslocam em zigue-zague para ultrapassar os mais lentos. Não seja essa pessoa. A São Silvestre não é uma prova para bater recordes, a menos que você tenha nascido no Quênia e largue no pelotão de elite. A topografia, com muitas subidas e descidas, não ajuda. A largada é demorada e a multidão avança a passos lentos, o que compromete pelo menos os dois primeiros quilômetros de prova. Minha sugestão é que você esqueça o relógio. Corra por prazer. Olhe menos para o pulso e mais ao redor. A recompensa é garantida.

Cuidado com o calor

A São Silvestre acontece em horário incomum para corridas de rua. A largada está prevista para 8h. No dia 31 de dezembro, em pleno verão, é possível que os termômetros se aproximem dos 30 graus durante a prova. Portanto, redobre os cuidados com o calor. Beba água, ainda que em pequenas quantidades, em todos os pontos de hidratação. Bonés, viseiras e óculos escuros ajudam, assim como usar roupas bem leves. E, como diria o Pedro Bial, use filtro solar.

Divirta-se

Vale fantasia, vale cartaz, vale piada. Com respeito, vale tudo. Divirta-se. Emocione-se. A São Silvestre é a despedida dos corres de 2022, e o início de um novo ciclo. É clichê, mas é verdade. Faça dessa prova um resumo do que foi o ano. Foi fácil? Provavelmente não. Mas é muito boa a sensação de cruzar a linha de chegada e saber que chegamos até o final.

Interaja com o público

A São Silvestre é uma das poucas provas de rua do Brasil com presença significativa de público. Na Barra Funda você passa por torcidas organizadas de futebol, perto da Praça da República verá o rosto de migrantes e imigrantes que compõem o lado multicultural de São Paulo. Acene, sorria, bata na mão, converse. Se a paisagem não é das mais bonitas, o calor humano compensa.

Olho no bloco

A aglomeração é inevitável, mas sempre tem como piorar. Um jeito de comprometer a sua experiência e a de quem corre ao seu redor é largar em um bloco com corredores de velocidades diferentes da sua. Veja onde sairá o bloco com seu ritmo estimado de prova e reserve um tempo para se posicionar. Para isso…

Chegue cedo

Algumas saídas do metrô e ruas próximas ficam parcial ou integralmente interditadas no dia da corrida. Prefira o transporte público e veja com antecedência qual a estação mais próxima do seu bloco de largada. Aproveite o tempo extra e entre no clima da corrida.

Mostre ao mundo quem você é

Veio de fora? Que tal usar uma camiseta da sua cidade? Ou do seu time do coração? Ou ainda o uniforme do seu grupo de corrida? Uma das riquezas da São Silvestre é seu lado multicultural. Ver que o corredor ao seu lado viajou milhares de quilômetros para estar ali dá uma dose extra de ânimo e energia.

Lembre-se do túnel

Pouco depois da largada, os corredores descem o túnel que liga a Avenida Paulista à Avenida Doutor Arnaldo, a caminho do Pacaembu. A descida desse trecho é um dos momentos mais emocionantes da minha longa vida de corredor. A energia que reverbera nas paredes, que vem por todos os lados, é inesquecível. Espero que seja um momento especial para você, assim como é para mim.

E você? Tem alguma lembrança ou história inesquecível da São Silvestre? Conte nos comentários ou escreva para blognacorrida@gmail.com. Se preferir, pode mandar mensagem pelo Instagram @rodrigofloresnacorrida.

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