Na Corrida

Pé na estrada, mesmo quando não há estrada

Na Corrida - Rodrigo Flores
Rodrigo Flores
Descrição de chapéu atletismo Argentina

Vale a pena correr a meia maratona de Buenos Aires?

Câmbio favorável, percurso plano e clima ajudam; organização tem pontos para melhorar

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Rodrigo Flores
Buenos Aires

Fato ou fake? Na teoria, o pacote que a Meia Maratona de Buenos Aires oferece ao corredor é sedutor: câmbio favorável, percurso plano, temperatura amena. Mas como é, na prática, correr a prova na capital argentina? Vale mesmo a pena? Depois de responder essa pergunta para dezenas de amigos, resolvi escrever este post para compartilhar um pouco do que foi minha experiência na prova que corri no último domingo de agosto (27). Vou abordar os pontos que estão diretamente relacionados à prova, mas não ficarei restrito a eles.

Custo

Desde que adotou uma nova política cambial para o uso de cartão de crédito internacional, Buenos Aires consolidou-se como o melhor custo-benefício do continente. O que antes era barato tornou-se também muito prático. Eu passei cinco dias na cidade e, nesse período, não segurei em minhas mãos uma cédula de pesos argentinos. Resolvi tudo com cartão de débito internacional, que usa uma taxa de conversão mais favorável que a oficial, e muito parecida com a que se consegue com os cambistas espalhados na capital portenha. Pela minha experiência, quando você usa uma bandeira Visa a conversão é instantânea. Quando o cartão é Mastercard, a conversão é pelo câmbio oficial, mas em seguida a diferença é creditada de volta na sua conta. Sugiro você pesquisar antes de ir — até porque as regras mudam com alguma frequência. Por ora, acredite no hype — a economia é real.

Entrega de kits e expo

O local de entrega de kits muda de tempos em tempos, então não vale a pena falar longamente sobre o tema. Em 2023, ele ficou no meio do caminho entre o aeroporto de Ezeiza e o centro da cidade — ou seja, distante dos pontos turísticos e das vias que faziam parte do percurso da prova. Em resumo, um tanto fora de mão, mas nada que prejudicasse a experiência. Havia filas, mas elas andavam rápido. Sem estresse aqui.

Já a expo era pequena, mas tinha seu charme. Além das tradicionais lojas de roupas e acessórios, havia um estúdio de tatuagem e uma loja da Adidas, patrocinadora da corrida.

Vista aérea do obelisco na avenida 9 de Julio, um dos pontos por onde passa a meia maratona de Buenos Aires - diegograndi - stock.adobe.com

Circuito

Não é fácil ser comparada ao Rio de Janeiro quando o assunto é beleza. Mas a prova de Buenos Aires rivaliza de igual para igual com a corrida da Cidade Maravilhosa. O percurso é rápido, plano, ocupa avenidas largas e passa pelos pontos turísticos obrigatórios. O turista brasileiro sentirá falta de cruzar as ruas da Boca, ver a Bombonera e apreciar a história arquitetônica de San Telmo. Tirando isso, o resto dos ícones portenhos desfilam todos para os corredores durante a prova. A Casa Rosada, a Floralis Genérica, o Obelisco, o Malba, o Parque de Palermo, as ruas da Recoleta e do Retiro, tudo está no percurso da prova.

Organização de prova

Aqui eu acho que Buenos Aires poderia ter caprichado um pouco mais. Logo depois da largada há um inexplicável estreitamento de pista. E aí, a prova que acabou de começar simplesmente pára. Foram longos segundos caminhando até o fluxo se normalizar. Quem corre a São Silvestre lembrará imediatamente do momento de entrada no túnel que dá acesso à Doutor Arnaldo.

A oferta de água e banheiro também poderia ser melhor. Os postos de hidratação não são devidamente sinalizados. São enormes, mas distantes uns dos outros. Depois da largada, o primeiro ponto de distribuição de água só aconteceu depois do quarto quilômetro. E são garrafas plásticas, não copos. Para quem se programa para tomar gel de carboidrato, a solução é levar uma garrafa de água nas mãos.

Por fim, a dispersão também é um pouco confusa e lenta. É compreensível que haja algum tumulto, sobretudo quando falamos de uma prova com mais de 20 mil participantes. Mas senti falta daquele locutor gritando "não paraaaaaaaaaaaa" para os atletas que cruzam a linha de chegada. Teria ajudado horrores ali.

Clima

Outro ponto que é imprevisível. Este ano, o inverno foi mais ameno. A largada aconteceu com 8 graus, e a temperatura não deve ter ultrapassado 12 graus durante a prova. Some-se a isso um céu azul sem nuvens e um sol que mais ilumina do que esquenta. Não dava para ser melhor.

E você, ficou com alguma dúvida? Tem alguma curiosidade? Já correu em Buenos Aires e gostaria de compartilhar sua experiência? Escreva nos comentários ou mande uma mensagem para blognacorrida@gmail.com. Se preferir, pode me mandar um direct no Instagram no perfil @rodrigofloresnacorrida.

O jornalista viajou a convite da Visit Buenos Aires, SLS Puerto Madero e Flybondi.

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