A jornalista do New York Times Sarah Bahr deixou seu posto na edição digital por três meses para trabalhar no departamento que prepara textos e fotos para a versão impressa do diário.
À primeira vista, a nova função parecia simples. Mas o novo ritmo logo expôs os desafios que são rotineiros para os cerca de 70 colegas que compõem o Print Hub (algo como "centro de impressão" em português).
Responsável por adaptar artigos do online para o impresso, o grupo de editores tem um prazo diário rígido: tudo precisa estar pronto até 17h, quando a primeira edição do jornal é enviada à gráfica.
"Uma das partes mais complicadas do trabalho é elaborar manchetes", escreveu Bahr em seu relato. No impresso, é preciso fazer caber todas as informações em um espaço específico, o que significa ter que encontrar muitos sinônimos para encurtar ou alongar um título.
Ela conta que em cinco minutos elaborou sua primeira manchete, referente a um texto de 260 palavras: "Biden diz que a campanha de reeleição está em jogo". A frase ocupou duas linhas e foi dividida após a palavra "campanha". Uma editora do Print Hub, então, rapidamente apontou que cada linha do título deveria conter um pensamento próprio.
Bahr tentou criar uma frase com duas ideias, porém sua segunda tentativa ficou curta demais. "Biden diz que pretende concorrer a presidente de novo em 2024" foi a sugestão da editora, que agradou a novata do departamento.
"Esse tipo de solução de problemas acontece quase a noite toda, todas as noites, conforme os editores do Print Hub atualizam as edições do jornal."
Apesar das dificuldades, ela usou habilidades adquiridas para o digital no impresso. Saber escrever tuítes para quaisquer matérias aprimorou sua capacidade de sintetizar conteúdos.
Outro aprendizado que a experiência lhe trouxe foi o de criar boas legendas. Uma boa legenda é específica, evita termos vagos e dá ao leitor um contexto além do que se vê na foto.
"Agora eu sei: o trabalho dos editores do Print Hub é difícil, eles apenas fazem com que pareça fácil", concluiu.
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