Entre os jogadores sul-americanos, dois brasileiros são hoje melhores do que o supercraque Lionel Messi, seis vezes eleito o melhor do mundo (2009 a 2012, 2015 e 2019).
A conclusão é da conceituada revista britânica FourFourTwo (FFT), que circula há quase 30 anos.
A publicação elencou, em texto assinado pelo jornalista Greg Lea, os dez jogadores da América do Sul que mais se destacam na atualidade.
E não é Neymar, colega de Messi no Paris Saint-Germain, que está à frente do argentino. O ex-santista, dono da camisa 10 do PSG e da seleção brasileira, está na sexta posição na lista da FFT.
Quem supera Messi são dois atletas que disputaram no final de maio, como adversários, a decisão da Champions League, a Liga dos Campeões da Europa.
De um lado, o do Real Madrid, o atacante Vinicius Junior, ex-Flamengo. Do outro, o do Liverpool, o goleiro Alisson, ex-Internacional.
No duelo na Grande Paris, o ponteiro esquerdo superou o guarda-metas, fazendo o único gol da partida, que rendeu ao clube madrilenho sua 14ª taça da Champions.
Vini Jr. está, portanto e merecidamente, no topo do ranking da FFT, seguido por Alisson, que deverá ser titular da seleção de Tite pela segunda Copa do Mundo consecutiva.
Vini Jr., apesar de viver fase estupenda, é reserva, neste momento, da seleção. O ataque preferido de Tite hoje, na minha avaliação, é Raphinha, Richarlison (ou Gabriel Jesus) e Neymar.
Segundo a revista inglesa, "Neymar ainda pode ser o talismã do Brasil, mas seu colega atacante o tem ofuscado no último par de anos". Vinicius é, diz a FFT, "habilidoso, astuto e assustadoramente rápido".
E é isso mesmo. Vini Jr. lembra muito o Neymar de anos atrás, quando atuava pela extrema esquerda, tanto no Santos como no Barcelona, e aterrorizava seus marcadores quando partia para cima com a bola dominada.
No PSG, Neymar passou a atuar mais recuado e centralizado.
Apesar de sua criatividade propiciar boas oportunidades ofensivas, ali ele está em um setor congestionado, sendo bem mais visado pelos defensores rivais.
Seu gosto por prender a bola e pelo drible não ajudam, e Neymar torna-se alvo fácil para entradas duras. Um desperdício, mas esse tema fica para outro texto.
Voltando à lista dos melhores sul-americanos, a FFT afirma que Alisson tem "posicionamento excepcional" e que "seus reflexos são muito mais aguçados do que se poderia esperar de alguém tão corpulento".
"O Liverpool pagou um valor recorde [à época para um goleiro] de 56 milhões de libras [à Roma] para contratar Alisson em 2018. E ele tem valido cada centavo", destaca a revista.
Alisson é realmente excelente sob as traves, sabe como poucos encarar um atacante no "um contra um", dificultando a finalização, e tem aperfeiçoado a cada dia suas intervenções nas jogadas aéreas.
O único cuidado que precisa ter é com erros na saída de bola –dribles arriscados e/ou imprecisão nos passes–, pois eles podem resultar em grandes chances para os adversários.
Ao ranquear Messi em terceiro lugar entre os sul-americanos, a FFT afirma que "sua temporada de estreia no PSG foi decepcionante devido ao seu padrão extraordinariamente elevado" e que "apesar de ainda ser um jogador de primeiríssimo nível, seus melhores anos estão no passado".
A lista conta ainda, além de Vini Jr., Alisson e Neymar, com outros três brasileiros no top 10.
A seguir, o ranking da FourFourTwo, publicado no fim de junho. Dos listados, nove devem estar na Copa do Mundo do Qatar, em novembro e dezembro. A exceção é Luis Díaz, pois a Colômbia não se classificou.
1 - Vinicius Junior (Brasil, atacante, 21 anos, Real Madrid)
2 - Alisson (Brasil, goleiro, 29 anos, Liverpool)
3 - Lionel Messi (Argentina, atacante, 35 anos, PSG)
4 - Federico Valverde (Uruguai, meia, 23 anos, Real Madrid)
5 - Casemiro (Brasil, volante, 30 anos, Real Madrid)
6 - Neymar (Brasil, atacante, 30 anos, PSG)
7 - Luis Díaz (Colômbia, atacante, 25 anos, Liverpool)
8 - Lautaro Martínez (Argentina, atacante, 24 anos, Inter de Milão)
9 - Gabriel Jesus (Brasil, atacante, 25 anos, Arsenal)
10 - Fabinho (Brasil, volante, 28 anos, Liverpool)
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.