Encerrada a fase de grupos, com 16 seleções classificadas para os mata-matas e outras 16 eliminadas, quais jogadores mais se destacaram na Copa do Mundo do Qatar?
Houve algumas decepções, de seleções bem cotadas que caíram prematuramente, como os belgas De Bruyne e Lukaku, o goleiro alemão Neuer (que foi embora inclusive com um gol contra na conta), o uruguaio Cavani e o dinamarquês Eriksen.
Vários jogadores, contudo, atuaram muito bem e fizeram a diferença para a sua seleção, especialmente os que jogam do meio para a frente, naturalmente mais notados por fazerem mais gols ou darem mais assistências (passes para gol) que os defensores.
A Copa entra neste sábado (3) na fase eliminatória, mas é válido deixar registrada uma lista dos melhores das três rodadas iniciais, uma "seleção da metade do torneio".
Dez dos 11 que escolhi se classificaram para as oitavas de final, então será possível conferir se eles mantêm o bom desempenho, ajudando de forma significativa seu país a avançar rumo às etapas decisivas, ou se o bom futebol terá ficado esquecido na primeira fase.
Goleiro
- Szczesny (Polônia)
Dois pênaltis defendidos, um contra a Arábia Saudita e um contra a Argentina, este batido pelo supercraque Messi. Bombardeado pelos argentinos, fez uma série de defesas que foram essenciais para a Polônia não ser superada pelo México no saldo de gols e conseguir a classificação.
Lateral direito
- Hakimi (Marrocos)
Toda a defesa marroquina fez bonito na fase de grupos. Só um gol sofrido em três partidas, e ainda nem foi o adversário que marcou –o zagueiro Aguerd fez contra no jogo com o Canadá. Hakimi esteve bem na marcação e no apoio e ainda fez belo lançamento para gol de Em-Nesyri.
Zagueiro
- Koulibaly (Senegal)
Sem muita delonga aqui. O capitão da seleção senegalesa fez diante do Equador seu primeiro gol, em mais de 50 aparições. E foi o gol da classificação para as oitavas de final.
Zagueiro
- Thiago Silva (Brasil)
Com seu capitão em campo, a defesa se mostrou segura e não levou gol nem da Sérvia nem da Suíça, que não conseguiram uma única finalização na direção do gol de Alisson. Bastou ele sair para que, diante de Camarões, a seleção tomasse seu primeiro gol nesta Copa.
Lateral esquerdo
- Theo Hernández (França)
Substituiu com muita competência o irmão, Lucas, que se machucou com gravidade no primeiro jogo e ficou fora da Copa. Excelente no apoio, já tem duas assistências no Mundial qatariano.
Volante
- Casemiro (Brasil)
Dono do meio-campo da seleção brasileira, fez o gol que rendeu a vitória por 1 a 0 sobre a Suíça na segunda rodada. Quando poupado, derrota para Camarões. Sem o triunfo que veio graças a Casemiro, o Brasil não teria se classificado como campeão do grupo e encararia Portugal, e não a Coreia do Sul, no primeiro mata-mata.
Meia
- Ziyech (Marrocos)
Meia ofensivo, canhoto, muitas vezes quase um ponta-direita, o habilidoso marroquino, relegado à reserva no inglês Chelsea, tem feito a diferença para a invicta seleção africana. Marcou um gol (contra o Canadá) e deu uma assistência (contra a Bélgica).
Meia
- Bruno Fernandes (Portugal)
O melhor meio-campista da Copa com alguma folga. Dois gols diante do Uruguai, em jogo chave para Portugal, que assegurou a passagem para os mata-matas, e duas assistências na partida de estreia, contra Gana. Foi poupado no jogo final, então não se sabe o que poderia ter feito com os sul-coreanos (que venceram).
Atacante
- Gakpo (Holanda)
Três gols em três partidas, um em cada uma. Um de cabeça, um de pé esquerdo, um de pé direito. Mesmo com pouca experiência de seleção, o atacante de 23 anos é uma das surpresas positivas do Mundial, fundamental para o ataque holandês funcionar.
Atacante
- Mbappé (França)
Ainda acredito que será a Copa dele, ainda mais depois que Benzema, lesionado, não pôde integrar o elenco da atual campeã do mundo. Fez um gol e deu uma assistência no primeiro jogo e marcou dois gols no segundo. Com a França classificada, na terceira partida entrou no decorrer do segundo tempo, mas, algo raro, não rendeu.
Atacante
- Aboubakar (Camarões)
O camisa 10 da equipe camaronesa é o único da lista cujo país não avançou na competição. Nos dois primeiros jogos, veio do banco e, no segundo, marcou um dos gols mais bonitos do Mundial, ao encobrir o goleiro da Sérvia, além de dar uma assistência. Fez também o único gol do duelo com o Brasil –tirou a camisa na comemoração e foi expulso. Não ligou. Sorriu. Sai da Copa como um de seus personagens.
Então a escalação ficou assim: Szczesny; Hakimi, Koulibaly, Thiago Silva e Theo Hernández; Casemiro, Ziyech e Bruno Fernandes; Gakpo, Mbappé e Aboubakar.
Cinco europeus, quatro africanos e dois sul-americanos (ambos brasileiros), e nada de estrelas como Messi, Neymar, Cristiano Ronaldo, Kane e Lewandowski.
Quatro deles (a exceção é Neymar, que com lesão no tornozelo não deve atuar nas oitavas) têm ainda chance de brilhar nos mata-matas para, quem sabe, entrarem na seleção da Copa, a ser eleita depois da final de 18 de dezembro.
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