O Mundo É uma Bola

O Mundo É uma Bola - Luís Curro
Luís Curro
Descrição de chapéu Seleção Brasileira

Tempo de reflexão para a seleção brasileira

Líderes da equipe instigam colegas a ruminar má situação para sair dela

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Seleção brasileira posa antes de partida contra o Paraguai em Assunção; na foto estão Alisson, Marquinhos, Gabriel Magalhães, Bruno Guimarães, Danilo, Vini Jr.. Lucas Paquetá, Guilherme Arana, Rodrygo, Endrick e André

A seleção brasileira que perdeu em Assunção para o Paraguai, a partir de trás, no sentido horário: Alisson, Marquinhos, Gabriel Magalhães, Bruno Guimarães, Danilo, Vini Jr.. Lucas Paquetá, Guilherme Arana, Rodrygo, Endrick e André - Daniel Duarte - 10.set.2024 / AFP

Em momento Mãe Dináh, famosa vidente que morreu em 2014, Dorival Júnior colocou a seleção brasileira na final da Copa do Mundo de 2026, que será realizada em três países (EUA, México e Canadá).

Isso foi depois da magra vitória por 1 a 0 sobre o Equador em Curitiba, na sexta-feira (6), que pareceu ensaiar uma reação do Brasil nas Eliminatórias, e antes da derrota pelo mesmo placar para o Paraguai, em Assunção, na terça-feira (10).

Certamente, se tivesse esperado pelo resultado no estádio Defensores del Chaco, "Dorival Dináh" não teria feito essa previsão.

O técnico da seleção brasileira, Dorival Júnior, que usa óculos, acompanha com semblante sério a partida contra o Paraguai, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2026, no estádio Defensores del Chaco, em Assunção
O técnico da seleção brasileira, Dorival Júnior, acompanha a partida contra o Paraguai, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2026, no estádio Defensores del Chaco, em Assunção - Daniel Duarte - 10.set.2024/AFP

Profecias são arriscadas, e geralmente não se realizam. Tenho comigo que os videntes "atiram para todo lado": fazem dezenas de predições por dia, sobre temas mil, e aí, alguma hora, acertam. Até eu posso fazer isso e capitalizar os (poucos) êxitos.

No caso da seleção brasileira, imaginar a presença na decisão do próximo Mundial, no quadro atual, é um impropério. O time, em quinto na tabela das Eliminatórias, luta por ora para estar nele.

É lógico que de Mãe Dináh (ou de Nostradamus, ou de Baba Vanga, ou de Robério de Ogum, ou de qualquer outro vidente) Dorival não tem nada.

Mãe Dináh, vidente brasileira, em evento em São Paulo
Mãe Dináh, vidente brasileira, em evento da MTV em São Paulo, 11 anos atrás - Zanone Fraissat - 24.set.2013/Folhapress

O treinador, ao afirmar não ter dúvida de que o Brasil estará na final da próxima Copa, quis mostrar que tem confiança em seu trabalho e passar essa confiança ao torcedor.

Uma confiança que está minguada, de acordo com titulares que deram entrevistas após a queda no Paraguai, como Marquinhos e Vinicius Junior, naturalmente líderes por terem experiência de Copa do Mundo.

Para readquirir esse sentimento, é necessário ganhar jogos em sequência, o que não aconteceu ainda na era Dorival.

Entre amistosos e partidas por competição, foram quatro vitórias, cinco empates e uma derrota. Nesse percurso, a eliminação na Copa América dos EUA –nas quartas de final, nos pênaltis, diante do Uruguai.

Da última vez que o Brasil ganhou duas partidas seguidas, em setembro do ano passado, ambas por estas Eliminatórias, o técnico ainda era Fernando Diniz, dispensado de sua interinidade depois de três derrotas consecutivas.

Agora, para a desejada recuperação, Vini Jr. e o capitão Danilo propõem uma receita: reflexão.

"Temos que voltar pra casa e começar a refletir o que a gente tem que melhorar, o que nós podemos fazer pra voltar a jogar bem", afirmou o camisa 7, astro do Real Madrid.

"Não conseguimos fazer o gol [no Paraguai], é motivo de reflexão porque esse jogo a gente tem que ganhar, sim ou sim", disse o camisa 2, que atua pela italiana Juventus.

Observado pelo treinador Gustavo Alfaro, do Paraguai, o lateral e capitão Danilo, da seleção brasileira, que usa camisa amarela, conduz a bola em partida em Assunção pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2026
Observado pelo treinador Gustavo Alfaro, do Paraguai, o lateral e capitão Danilo, da seleção brasileira, conduz a bola na partida em Assunção pelas Eliminatórias da Copa de 2026 - Daniel Duarte - 10.set.2024/AFP

Por essa fórmula, rumina-se a situação em particular para obter uma solução para o todo.

Só que não é de hoje que o time vem jogando mal, e essa reflexão já deveria ter sido feita antes pelos jogadores. Se foi, não funcionou. É necessário um intensivão.

Ajudo os jogadores a identificar o que falta. Falta conjunto, necessário para que o time flua. Que não virá tão logo, pois a seleção só se encontra de tempos em tempos, não vive o dia a dia do clube.

Sem o entrosamento ideal, há dois caminhos para eficácia imediata.

  1. Jogadas ensaiadas, de bola parada ou rolando, praticadas no curto período de treino antes de cada confronto. Elas podem decidir o jogo. Responsabilidade primeiro do treinador (proposição) e depois dos atletas (execução).
  2. Jogadas individuais, que requerem criatividade e inspiração. Responsabilidade dos atletas.

Se há o que se refletir, que se reflita sobre esses itens. Pois estão, e muito, em falta nesta seleção.

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