A taxa de inflação em Portugal, medida pelo Índice de Preços no Consumidor, chegou a 8,7% em junho, atingindo o valor mais elevado desde dezembro de 1992.
Os dados, ainda provisórios, foram divulgados nesta quinta-feira (30) pelo INE (Instituto Nacional de Estatística) e são comparados ao período homólogo do ano anterior.
Mais uma vez, o encarecimento da energia teve grande contribuição para o resultado. Os produtos energéticos tiveram aumento, no mesmo período, de 31,7%: o valor mais alto desde agosto de 1984.
O aumento do custo de vida já começa a afetar as famílias portuguesas.
Uma pesquisa da Aximage, encomendada pela rádio TSF e pelos jornais DN e JN, indica que 68% dos portugueses já se viram obrigados a alterarem seu padrão de consumo de alimentos devido à inflação.
A situação é particularmente grave para as mulheres e para as pessoas na faixa etária entre os 35 e os 49 anos.
De acordo com o levantamento, cerca de 40% dos entrevistados passaram a optar por alimentos de preços mais baixos, enquanto, para 34%, foi preciso mesmo reduzir o consumo.
Para tentar amenizar os efeitos sobre a população mais vulnerável, o governo do primeiro-ministro António Costa, Partido Socialista, anunciou um apoio extraordinário às famílias mais vulneráveis.
O apoio de 60 euros foi pago pela primeira vez em abril e acaba de ser prorrogado pelo menos até agosto.
Cerca de um milhão de famílias recebem atualmente o benefício, que é exclusivo para grupos de baixíssimos rendimentos.
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