Anfitriã da primeira edição da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) após a pandemia de Covid, Lisboa já está tomada por viajantes de todas as partes do mundo. Até a manhã de segunda-feira (31), cerca de 78 mil peregrinos já haviam feito o check in no evento, que acontece entre 1 e 6 de agosto e terá a presença do papa Francisco.
A estimativa de público para o encontro, considerado o maior evento internacional da Igreja Católica, é de cerca de 1 milhão de pessoas.
Em vários pontos do centro da capital lusa, a paisagem agora é dominada por jovens identificados pela camiseta e pela mochila oficial da JMJ.
Além de chapéus, garrafinhas de água e muito protetor solar para enfrentar as altas temperaturas do verão português, o "kit básico" de vários peregrinos contém ainda uma bandeira para ajudar a distinguir o país de origem dos grupos que circulam pela cidade.
Vinda da Espanha em uma caravana com mais 30 pessoas, a estudante Belén Hernandez, 20, diz que irá realizar o sonho de ver o papa que a fez "voltar a se interessar pela religião".
"Estou muito feliz de estar aqui, cercada de uma energia incrível e com pessoas de tantos países", afirmou. "Quero chegar cedo para garantir um lugar junto do palco, para conseguir ver o papa Francisco o mais de perto possível", revela.
No aeroporto de Lisboa, o clima era de festa, com muitas delegações internacionais chegando durante a manhã e a tarde.
Protagonista do evento, o papa Francisco desembarca em solo português na quarta-feira (2), mas terá um dia tomado por compromissos com políticos, diplomatas e membros do clero. O primeiro encontro com os jovens acontece apenas no dia seguinte.
Com 80,2% da população católica, de acordo com o censo de 2021, Portugal viu a maior parte da classe política apoiando a Jornada Mundial da Juventude.
Na véspera da abertura do evento, o primeiro-ministro, António Costa, o presidente da Câmara de Lisboa (equivalente a prefeito), Carlos Moedas e outras autoridades fizeram uma visita conjunta a um dos palcos.
Entre os portugueses, a principal polêmica com a jornada está relacionada aos gastos públicos com um evento católico. O valor final do investimento, no entanto, ainda não foi contabilizado. O governo luso previu gastar € 36 milhões (R$ 187,9 milhões), enquanto a Câmara de Lisboa disse que investirá no máximo outros € 35 milhões (R$ 182,7 milhões).
A principal justificativa para o dinheiro público é o legado da jornada para a cidade, além da movimentação econômica trazida pelos visitantes.
A JMJ acontece meses depois de uma comissão independente que investigava abusos sexuais na Igreja Católica em Portugal divulgar seu relatório final. Segundo o documento, pelo menos 4.815 menores foram abusados por membros da instituição no país desde 1950.
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