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Mês eterno? História do Brasil tem datas famosas em agosto

Apesar da sua dita letargia, trata-se de um mês borbulhante em acontecimentos históricos

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Matheus Cardoso Reys

Agosto, para nós brasileiros, é geralmente um mês invectivo e letárgico, o que faz com que seus 31 dias pareçam dobrados ou quiçá triplicados.

Se questionarmos a cada transeunte nestas ruas, avenidas e alamedas que recortam do Oiapoque ao Chuí deste impávido colosso chamado Pindorama, uma grande maioria nos responderia que agosto é assim demorado em decorrência da nulidade de feriados para que possamos "encurtá-lo".

Mas o que muitos esquecem, e a historiografia está aí para nos mostrar, é que esse mês, com certeza, é o mais fervoroso no que tange a acontecimentos históricos. Tudo começa com o dia 29 de agosto de 1825, onde dado o contexto da Independência do Brasil, Portugal acaba por reconhecer a Independência por meio do Tratado de Amizade e Aliança firmado entre as nações luso-brasileira.

Um calendário mostra o mês de janeiro de 2020 em um fundo branco
Calendário - Nathan Dumlao/Unsplash

Já num longínquo 22 de agosto de 1942, tendo o país desde 1939 realizado a tática da neutralidade interesseira, o Brasil decide declarar guerra ao Eixo e parte para a ofensiva na frente italiana. Um adendo: se fosse pelo general Eurico Gaspar Dutra e Góis Monteiro éramos capazes de lutarmos para o Eixo.

Em seguida temos o fatídico cinco de agosto de 1954, dia marcado pelo atentado da rua Tonelero, na capital da República à época, levando à morte o major-aviador Rubens Florentino Paz e acertando no pé o mais inflamado orador e inimigo político de Getúlio Vargas, Carlos Lacerda. O evento gerou uma ebulição política que levou ao suicídio de Getúlio em 24 de agosto do mesmo ano.

Ademais, sentindo forças ocultas a lhe ameaçarem, Jânio Quadros, o mais estrambólico presidente e o primeiro a estar na nova capital, num dia do soldado, em 25 de agosto de 1961, apresenta sua renúncia à Presidência, assumindo assim seu vice, o gaúcho João Goulart.

No período mais crítico da ditadura militar, conhecido como Anos de Chumbo, o ex-presidente Juscelino Kubitschek morre em um acidente de automóvel em plena rodovia Presidente Dutra. A data era 22 de agosto de 1976.

Na Nova República, em meio aos escândalos de corrução no mandato de Fernando Collor de Mello, o então presidente fez um pedido à população de que fossem de verde-amarelo às ruas em apoio ao seu governo. A mobilização foi marcada para 16 de agosto de 1992.

Logo em 13 de agosto de 2014, Eduardo Campos, à época candidato à Presidência, morre em um acidente de avião em Santos, no litoral paulista. Chega-se às raias da coincidência este fato, pois exatos nove anos antes do acidente, seu avô, o político Miguel Arraes falecia em decorrência de um choque séptico.

No segundo mandato de Dilma Rousseff, também em meio a escândalos por conta de corrupções, em 31 de agosto de 2016, dá-se pelo Senado Federal a votação do impeachment da então presidente.

Entretanto, há alguns acontecimentos mundiais que também marcam o mês de agosto, dentre eles podemos destacar a construção do Muro da Vergonha, em Berlim, na Alemanha, em 13 de agosto de 1961. O muro ocasionou não só a divisão geográfica da cidade, mas também de famílias, pessoas e cidadãos, que passaram a ser divididos em berlinenses orientais e ocidentais.

E não podemos nos esquecer da trágica morte da princesa Diana, num 31 de agosto de 1997.

Assim, fica claro que no Brasil o mês de agosto é um mês borbulhante, apesar da sua dita letargia. Realmente, agosto fica não só a "agosto do Brasil" como também a "agosto do mundo".


Matheus Cardoso Reys, formado em direito, bibliófilo e entusiasta sobre a história do Brasil e a literatura brasileira.

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