Preta, preto, pretinhos

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Preta, preto, pretinhos - Denise Mota
Denise Mota
Descrição de chapéu LGBTQIA+

Mostra exibe filmografia completa de Marlon Riggs no Brasil pela primeira vez

Obras estarão em exibição no Rio e em São Paulo a partir de 16 de junho

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"Bixaria negra" traz ao Brasil pela primeira vez a filmografia completa de Marlon Riggs (1957-1994), que em suas produções documentou as estratégias de sobrevivência e resistência das comunidades negra e gay dos Estados Unidos nas décadas de 80 e 90.

Além de oito filmes assinados pelo cineasta nascido no Texas, entre longas, médias e curtas-metragens, o ciclo - que passa por salas de exibição do Rio e de São Paulo a partir de 16 de junho - inclui um documentário sobre a vida e obra do também ativista e professor universitário.

Outros nove curtas brasileiros contemporâneos, realizados por cineastas negros LGBTI+, acompanham a mostra, a partir de uma proposta curatorial que tem por objetivo ressaltar a vigência do trabalho de Riggs e as possibilidades de diálogo entre seu legado e a produção atual.

"Através de sua filmografia, Riggs desafiou não apenas os conceitos de raça, masculinidade e sexualidade, mas também se rebelou e dançou diante das noções de linguagem, liberdade e poder", afirma o curador Bruno F. Duarte. "Gesto iniciado muito antes dele e que continua a reverberar muito tempo depois através de pessoas comprometidas no presente com a criação de estratégias de resistência e emancipação referenciadas em tecnologias ancestrais e nas infinitas possibilidades da imaginação radical."

Historiador pela Universidade de Harvard, mestre em jornalismo na Universidade da Califórnia em Berkeley, Riggs desenvolveu produções que se nutriam tanto de rigorosas pesquisas como de ousadas experimentações estéticas, assinala Duarte.

Imagem de "Preto é... preto não é", filme de Marlon Riggs, em preto e branco
"Preto é... preto não é" ("Black is… Black ain't"), finalizado postumamente em 1995 - Divulgação / Cortesia California Newsreel

O cineasta lançou mão de linguagens como a performance, a poesia e o rap para falar da sua própria realidade e tirar o véu sobre os "silêncios" impostos à vida de homens negros gays, como definia, ou estereótipos relacionados aos afrodescendentes na cultura popular norte-americana. Premiadas em prestigiosos certames como os festivais de Berlim e Sundance, suas obras sofreram ataques e censura.

Riggs foi "um exímio narrador. Sua biografia reúne muitos elementos para uma bela história de exceção extraordinária. Mas foi a busca pela experiência coletiva comum, impulsionada por uma urgência de comunicação com pessoas negras, que moveu seu fazer artístico", destaca o curador.

Parceiro de criação e distribuidor das produções do cineasta, Cornelius Moore estará presente no Brasil para debates sobre a obra de Riggs, ao lado de vários convidados. A mostra inclui ainda apresentações musicais e performances.

Veja a programação completa aqui

Bixaria Negra - O cinema de Marlon Riggs
Rio de Janeiro
IMS Rio
De 16 a 30 de junho
R. Marquês de São Vicente, 476 - Gávea
Ingressos: R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia)

Galpão Bela Maré
De 16 a 30 de junho
R. Bittencourt Sampaio, 169 - Maré
Entrada gratuita

São Paulo
IMS Paulista
De 22 a 29 de junho
Av. Paulista, 2424
Ingressos: R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia)

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