Que imposto é esse

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Que imposto é esse - Eduardo Cucolo
Eduardo Cucolo
Descrição de chapéu G20 g8

Oxfam defende imposto de 5% sobre ricos do G20 para combater fome e mudança climática

Haveria ainda dinheiro para cumprir metas da ONU e investir em políticas públicas

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São Paulo

Um imposto de 5% sobre as pessoas mais ricas do G20 poderia arrecadar dinheiro suficiente para acabar com a fome global e ajudar países de baixa e média renda a se adaptarem às mudanças climáticas.

Essa arrecadação, de cerca de US$ 1,5 trilhão (R$ 7,5 trilhões) por ano, também permitiria que o mundo cumprisse as metas de desenvolvimento sustentável das Nações Unidas. Haveria ainda mais US$ 546 bilhões para investimentos em serviços públicos e ação climática nos países do G20.

Os dados fazem parte de um relatório da Oxfam Brasil divulgado às vésperas da primeira reunião dos ministros de Economia e presidentes de Bancos Centrais do G20, que será realizada em São Paulo nesta semana.

Logotipo do encontro do G20 no Brasil - Xinhua-23.fev.2024/Wang Tiancong

"Enquanto os ministros das finanças das maiores economias do mundo se reúnem esta semana em São Paulo, uma grande questão paira no ar: estarão eles dispostos a recuperar suas democracias, tributando os super-ricos?", questiona Katia Maia, diretora executiva da Oxfam Brasil.

Segundo a entidade, diversas pesquisas mostram que a maioria das pessoas em diversos países apoia um aumento dos impostos sobre os mais ricos e há diversos movimentos encabeçados por milionários pedindo uma tributação maior sobre renda e patrimônio.

Atualmente, no entanto, a tributação sobre a riqueza nos países do G20 corresponde a um quarto da arrecadação sobre o consumo, que em geral tem mais peso sobre as camadas mais pobres da população, segundo dados da OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico) citados pela Oxfam Brasil.

Cerca de 8% da arrecadação desse grupo de países, que inclui o Brasil, vem de tributos sobre renda e patrimônio, enquanto 32% têm como origem a tributação de bens e serviços, como alimentos e outros itens essenciais que têm impacto maior sobre as famílias de baixa renda.

A Oxfam Brasil afirma que uma "guerra à tributação justa" provocou forte queda na taxação sobre a riqueza e o rendimento dos mais ricos nesses países. Em vários locais, o 1% mais rico da população foi contemplado com a redução nas alíquotas mais altas sobre rendimentos nas últimas quatro décadas, ao mesmo tempo em que viram sua renda aumentar em 45%.

A taxa máxima de imposto sobre o rendimento pessoal em 1980 era de 59,5%, em média, em 17 países do G20. Em 2022, esse teto era de 40,4%.

"Um sistema justo de impostos poderia frear as desigualdades e promover sociedades mais saudáveis e inclusivas", afirma Katia Maia.

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