Que imposto é esse

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Que imposto é esse - Eduardo Cucolo
Eduardo Cucolo

Reforma tributária e Plano Real

Empresas ineficientes vão sobreviver em um ambiente de normalidade?

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São Paulo

Há poucos meses, o ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal), afirmou que a reforma tributária poderia ser o Plano Real do governo Lula. Retomo a comparação para fazer alguns paralelos.

Primeiro, a incerteza. Antes do real, ninguém sabia exatamente o valor dos bens e serviços. Na transição da moeda, houve uma onda de remarcações de preços. Ninguém queria ficar para trás, sem repor a inflação acumulada. O desafio era evitar que a desvalorização da moeda velha contaminasse o real.

Hoje, não se sabe qual a carga tributária dos bens e serviços. Cada um apresenta seus números para defender a manutenção de uma alíquota mais baixa. A tributação igual para todos da proposta original não vingou. Tenta-se conter os danos. O risco agora é contaminar o novo sistema com as distorções do atual.

Desse ponto surge a segunda questão. Nem todas as empresas sobreviveram sem a ajuda do dragão da inflação. Haverá vida para todas elas fora do manicômio tributário?

A ilustração de Amarildo, publicada na Folha de São Paulo, no dia 05 de fevereiro de 2023, mostra o dragão da inflação, soltando uma pequena chama pelo nariz.  Ele está localizado no centro da ilustração, na cor verde médio e com um alvo pendurado no pescoço. O dragão ocupa 30% da ilustração na horizontal e 90% desta, na vertical.   O fundo da ilustração é verde claro. Sobre este fundo tem um gráfico de linha da inflação dos últimos 12 meses, sem os números, ocupando todo o espaço horizontal da ilustração. O fundo do gráfico é branco com linhas verticais e horizontais, na cor cinza claro. O gráfico ocupa 80% da ilustração na horizontal e 80 % na vertical.
Ilustração de Amarildo mostra o dragão da inflação - Amarildo

Distorções econômicas encobrem ineficiências. Quantas companhias têm condições de operar sem incentivos fiscais ou de oportunidades de judicialização em um ambiente de normalidade. Na dúvida, tenta-se preservá-los.

O último paralelo está em quase todas as reportagens e entrevistas da série Plano Real, 30, da Folha.

O plano de estabilização gestado há 30 anos ia além do controle de preços. Era também um conjunto de reformas voltadas ao crescimento, mas apenas parte delas foi aprovada pelo Congresso e passou pelo crivo da sociedade.

Temos novamente um conjunto de mudanças ambiciosas que vão além de um IVA (Imposto sobre Valor Agregado). Trata-se de saber se daqui a 30 anos teremos um sistema sem cumulatividade, distorções, judicialização, regressividade e carga excessiva sobre o consumo.

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