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Que imposto é esse - Eduardo Cucolo
Eduardo Cucolo
Descrição de chapéu alimentação Governo Lula

Reforma Tributária: Pedido de Lula para isentar 'carne que povo consome' dá nó na Fazenda

Fazenda precisaria criar nomenclatura tributária para cortes nobres e populares

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Nivaldo Souza
Brasília

A equipe técnica do Ministério da Fazenda está, neste momento, com um difícil nó tributário para tentar desamarrar, após o presidente Lula pedir para o projeto de regulamentação da reforma tributária (PLP 68/2024) incluir "a carne que o povo consome" na cesta básica isenta dos futuros impostos CBS e IBS.

A proposta original deixou as proteínas animais fora da cesta de alimentos básicos consumida pela população de baixa renda desonerada. O argumento foi que a inclusão de frango e aves, peixes e carnes vermelhas poderiam elevar a alíquota média final de 26,5% a 27,5%, prevista para os novos tributos.

Imagem de um balcão de carnes em um supermercado. Há várias bandejas de carne expostas, com etiquetas de preço em vermelho. Acima do balcão, há uma série de placas com os preços de diferentes cortes de carne. Ao fundo, há um funcionário de avental branco e boné azul, trabalhando atrás do balcão. À esquerda, há uma máquina de cortar carne e uma tela de computador. À direita, há uma tela azul com informações e uma prateleira com produtos embalados.
Carnes de todos os tipos ficaram fora da cesta básica isenta de impostos - Rivaldo Gomes - 26.nov.2021/Folhapress


A Fazenda deslocou carnes de modo geral para uma lista de produtos com 60% de isenção dos novos produtos. Cálculo feito pela Folha no simulador do Banco Mundial (SimVAT) aponta acréscimo de 0,5 ponto percentual na alíquota com a inclusão de todas as proteínas.

"Temos que fazer uma diferenciação. Tem vários tipos de carne, a carne chique, de primeiríssima qualidade, que o cara pode pagar um impostozinho. Mas tem a carne que o povo consome; frango, por exemplo, não precisa ter imposto, faz parte do dia a dia do povo brasileiro, como ovo, músculo, acém, coxão mole, tudo isso pode ser evitado", afirmou Lula nesta terça-feira (2), em entrevista à rádio Sociedade, da Bahia, repetindo um discurso que já havia feito na semana passada.

O problema é que a separação defendida pelo presidente exigiria uma nova classificação tributária das carnes nobres e populares comercializadas no país.

Deputados do GT (Grupo de Trabalho) responsáveis pela relatoria do projeto de lei 68/2024, ouvidos pela Folha, afirmam que a Fazenda tem dificuldade para separar em tempo hábil os tipos de carne por NCM (Nomenclatura Comum do Mercosul), que constitui um código para tipo de produto comercializado no país.

O NCM 0201 inclui "carnes de animais da espécie bovina, frescas ou refrigeradas". Ou seja, inclui de filé mignon a acém. "Se o presidente quer separar por tipo de corte, a equipe econômica precisa separar os NCM", sugeriu um parlamentar.

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