Um comitê formado por profissionais de tecnologia da informação conseguiu encontrar a origem do tilt causado por Tabata Amaral no sistema político. "Nas últimas décadas, a linguagem de programação do sistema foi construída em cima de um código binário. São dois elementos que passaram a se agrupar em polos opostos", explicou Wandergod_39. Numa demonstração empírica, Wandergod_39 mostrou uma aglomeração à esquerda e outra à direita.
"Houve um tempo em que esses dois polos tinham uma intersecção. Mas se afastaram com os anos e hoje estão muito distantes. Não se comunicam de maneira alguma", disse. Em seguida, em tom professoral, concluiu: "Quando um elemento não consegue ser lido por nenhum dos dois polos, é rejeitado por ambos. Tem que ser zero ou um. Binário. Se for 1,5, pode provocar um tilt, uma trava no sistema".
O comitê informou ainda que o estudo não é uma defesa de Tabata Amaral, mas um diagnóstico das razões que levaram o sistema político a rejeitá-la e a criar monstros nos dois lados dos polos. "O sistema gerou um ódio visceral, preconceituoso, nocivo contra uma pessoa que não se enquadrou nas regras dos polos formados pelo zero e pelo um. É um ódio novo. Um fenômeno inaugural que pode provocar pane geral no diálogo", acrescentou o jovem sorocabano José de Aguiar, que atua como DJ e hacker nas horas vagas.
Alessandra Yokohama, cientista da computação, apresentou um estudo mais aprofundado. "Pessoas como Tabata poderiam ser uma ponte entre os extremos. O polo mais à esquerda poderia encontrar nela uma oposição salutar, geradora de discordâncias, negociações e avanços. Mas o tilt parece inverter os sinais e transformar o polo esquerdo em conservador, misógino e machista. Do outro lado, o polo direito não consegue enviar sinais que não sejam racistas, fascistas ou nazistas, e o tilt acaba reduzindo as conversas a essas questões primárias", explicou.
O matemático Demétrio Dilermando Gomes conseguiu provar em um teorema que o ódio visceral a Tabata resulta no bolsonarismo. "Cada vez que o diálogo é bloqueado, por mais que se discorde do interlocutor, o vetor de polarização é multiplicado por dez. O sistema binário reage criando formas geométricas circulares que denominamos ‘bolhas’. O bolsonarismo emerge e se fortalece quando a polarização atinge grau máximo e as bolhas não se tocam mais", explicou.
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