Inaugurada com pompa em 1970 com as presenças dos governadores de São Paulo e Minas Gerais, a estação ferroviária de Uberlândia, maior cidade do Triângulo Mineiro, hoje sofre com pichações, invasão de moradores de rua, mau cheiro e lixo acumulado em seu interior.
Estação que integrava a chamada Linha do Catalão da Companhia Mogiana de Estradas de Ferro, ela surgiu para substituir outras duas que no passado foram o principal entreposto para cargas e transporte de passageiros na cidade mineira.
A inauguração da primeira estação, que foi demolida, ocorreu em dezembro de 1895. Ela deu lugar a uma segunda construção, que foi demolida em 1969 para dar lugar à atual.
A estação segue com seus trilhos em utilização por uma concessionária, e sua arquitetura remete à fase mais moderna, e derradeira, da Mogiana, seguindo o padrão adotado em estações como a de Ribeirão Preto —inaugurada cinco anos antes.
Além das pichações, a estação abriga bancos deteriorados, vidros quebrados, restos de alimentos, garrafas plásticas e muita sujeira, mas o maior problema é ver um prédio com a história que ele tem sem utilização para sua finalidade.
No local, há vagões em estado de abandono e um cômodo com pertences da concessionária que administra os trilhos.
Em frente à estação, pelo menos 15 alunos tinham aulas de direção com carros, caminhões e ônibus de auto-escolas da cidade quando a Folha esteve no local.
Um levantamento feito pelo pesquisador Ralph Mennucci Giesbrecht, especialista em estações ferroviárias, mostra que, das sete estações que Uberlândia já teve, 4 foram demolidas ou estão abandonadas.
A que está em melhor situação é a Sobradinho, que fica entre Uberlândia e Araguari e foi restaurada depois de ter ficado escorada devido ao risco de desabamento.
De acordo com a Prefeitura de Uberlândia, a estação Sobradinho foi tombada como patrimônio histórico municipal em março de 2006, quase 110 anos após sua inauguração, em 15 de novembro de 1896.
Desativada em 1971, a estação de 129 metros quadrados ainda manteve seus trilhos até 1981, quando começaram a ser retirados para serem levados a Uberaba, num processo que levou dois anos.
O conjunto arquitetônico original era composto pela estação, um depósito de areia, uma caixa d’água e a casa do telégrafo.
Conforme a prefeitura, porém, não há mais nenhuma evidência da existência da casa do telégrafo e, do depósito de areia, são encontrados somente vestígios.
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