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Sons da Perifa - Jairo Malta
Jairo Malta
Descrição de chapéu The Town

Primeira turma do Cri.Ativos da Favela prova que fazer cinema é para todos

Projeto que surgiu no The Town formou 60 jovens de periferia com lucro da venda de Heineken 0.0 durante o evento

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São Paulo

Acontece hoje, quarta-feira (31), a formatura da primeira turma do projeto Cri.Ativos da Favela, idealizado pela Central Única das Favelas (Cufa), Instituto Heineken e The Town. O curso, ministrado pela Favela Filmes, ganhou vida a partir da reversão de 100% do lucro com as vendas de Heineken 0.0 durante todos os dias do festival e possibilitou a criação de um laboratório tecnológico exclusivo para que cerca de 60 jovens das periferias pudessem passar por uma capacitação criativa no universo audiovisual durante três meses.

Alunos do CrI.Ativos da Favela, projeto de formação em audio visual da Favela Filmes em parceria com o Instituto Heineken
Alunos do CrI.Ativos da Favela, projeto de formação em audio visual da Favela Filmes em parceria com o Instituto Heineken - Favela Filmes

Nos quesitos simbólico e de conteúdo, o projeto se desdobrou em momentos muito construtivos para a experiência dos criativos, jovens moradores em praticamente todas as zonas urbanas da cidade e até municípios vizinhos, como Guarulhos, Osasco e a região do ABC —o que reforçou a integração entre esses jovens de potência criativa imensurável.

O investimento de R$1 milhão foi destinado à compra de equipamentos técnicos, contratação de professores e toda a gestão e estrutura do local do curso, o qual foi ministrado nas dependências da Cufa, no Parque Santo Antônio, região sudeste da Capital. Salas foram equipadas com os aparelhos e instrumentos exigidos pela tecnologia atual, em ambiente propício ao desenvolvimento da imaginação e do potencial criativo dos alunos.

Além da experiência teórica, os alunos participaram por uma experiência crítica na produção da série Motoboy SP, da Rede Globo e produziram um curta-metragem com narrativa própria para o Dia do Grafite e puderam colocar em prática todo o conhecimento absorvido durante a capacitação.

Alunos do CrI.Ativos da Favela, projeto de formação em audio visual da Favela Filmes em parceria com o Instituto Heineken
Alunos do CrI.Ativos da Favela, projeto de formação em audio visual da Favela Filmes em parceria com o Instituto Heineken - Favela Filmes

"Durante todo o período do curso os alunos passaram por capacitações de audiovisual e, além da parte técnica, o saldo final foi de muita cumplicidade, troca e um avanço imenso para esses jovens que agora vislumbram um futuro ainda mais brilhante. Como Instituto, aplicamos o WeLab experiência imersiva de autoconhecimento e desenvolvimento de habilidades socioemocionais que visa ressignificar a relação de jovens com o consumo de bebidas alcoólicas. Foi uma experiência muito emocionante", conta Vânia Guill, gerente executiva do Instituto.

"Há trinta anos eu era uma jovem fazendo um curso de audiovisual e já tinha uma pré-disposição para ensinar. Contextualizando de onde eu vim, antes de falar o que eu enxergo para o futuro dos meus alunos aqui no CrI.Ativos da Favela, o audiovisual me fez vislumbrar o futuro que eu queria. E o que eu espero para eles é a base do que a gente preza no projeto: talento e criatividade não têm classe social. Então, para o futuro deles, eu espero que enxerguem essas possibilidades sem limites que a criatividade e o audiovisual proporcionam em oportunidades de atuação criativa, e que também podem ganhar dinheiro com isso", comenta Débora Freire, professora e coordenadora do CrI.Ativos da Favela.

"Antes de entrar no curso, eu não tinha certeza de que era possível viver do audiovisual, mas depois eu percebi que isso é possível. A minha jornada profissional já mudou totalmente porque eu tive aulas e recebi orientações dos professores que já estão no mercado de trabalho. São apenas três meses de curso, mas nesse período eu me transformei em outra pessoa. O projeto mudou a minha vida porque eu conheci pessoas incríveis e, o principal, percebi que o que eu amo é o audiovisual e não é algo inacessível para mim", relata Samira Silva Balogun, videomaker e aluna da primeira turma do CrI.Ativos da Favela.

Todos da parceria sabem que é só o começo deste projeto e que ele ainda pode crescer em quantidade de turmas, em possibilidades para os alunos e se expandir para outras praças também.

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