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Diversidade afetiva, sexual e de gênero

Todas as letras - Renan Sukevicius
Renan Sukevicius

As caras e a coragem do grupo de teatro Vivencial 50 anos depois

Pernalonga, um de seus principais nomes, é tema de livro e de debate no Sesc Pinheiros

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Meio século atrás, durante a ditadura militar brasileira, um grupo, formado em sua maioria por pessoas LGBT+, inaugurou o grupo de teatro Vivencial. Eram, nos palcos e nas ladeiras de Olinda, livres.

Pernalonga, um de seus principais nomes, personagem controverso na ficção e na vida real, desafiava a caretice e a polícia. Antonio Roberto Lira de França (1959-2000) por vezes era tratado como homem, outras vezes como mulher. Bissexual, foi diagnosticado com HIV no fim dos anos 80 e morreu de forma trágica, com um misterioso ferimento na perna. Não recebeu ajuda devido à grande quantidade de sangue que escorria de seu corpo. Foi vítima de preconceito.

Grupo de atores em foto e preto e branco
Grupo de teatro Vivencial, de Olinda - Ana Farache

O artista se destacou na atuação, na dança, na educação e na militância. Participou de peças e ações educativas para conscientização sobre HIV e Aids no momento mais agudo da pandemia, o começo.

Roberto de França ficou mais conhecido pelo apelido, o mesmo que dá nome ao título do livro "Pernalonga: Uma sinfonia inacabada", lançado pela Cepe Editora, primeira publicação de Márcio Bastos. O jornalista, que foi setorista de artes cênicas nos jornais locais durante dez anos e é mestre em comunicação pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), está em São Paulo para um debate sobre o trabalho.

Ator vestido com roupas femininas em foto em preto e branco
Pernalonga, um dos principais nomes do teatro pernambucano - Ana Farache

"Resgatar sua memória é também confrontar o apagamento histórico de pessoas LGBT+ e do Nordeste. O mesmo vale para o [grupo de teatro] Vivencial, que completa 50 anos. É uma experiência revolucionária do nosso teatro que pouca gente fora de Pernambuco conhece", argumenta Bastos.

Foto colorida do autor Márcio Bastos, de cabeça branca e barba e cabelos castanhos
O jornalista e escritor Márcio Bastos, autor de Pernalonga: Uma sinfonia inacabada - Marlon Diego

A conversa sobre a trajetória de Pernalonga será tema de uma conversa no Sesc Pinheiros, na zona oeste, no dia 11 de junho. O evento Chá e Prosa – Teatro e Identidades receberá, além do autor Márcio Bastos, a atriz Verónica Valenttino, protagonista do aclamado musical Brenda Lee e o Palácio das Princesas, uma outra importante história do enfrentamento ao HIV. A mediação é do jornalista Mateus Araújo.

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