Uma maneira acessível de acompanhar e monitorar o desenvolvimento de crianças pequenas é usar os marcos de desenvolvimento do CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças americano).
São doze checklists que vão dos dois meses de idade até os 5 anos da criança, e abrangem diferentes áreas de desenvolvimento, como marcos sociais, de linguagem, cognitivos e de movimento.
Segundo o CDC, por exemplo, a maior parte dos bebês de nove meses de idade olha ao ser chamado pelo nome, bate dois objetos um contra o outro, levanta os braços para ser pego no colo e faz diferentes expressões faciais (mostrando felicidade, tristeza e surpresa).
Aos 18 meses, de acordo com o checklist, a maior parte dos bebês aponta para mostrar algo interessante, tenta dizer três ou mais palavras além de "mamãe" e "papai", e copia um adulto fazendo tarefas como varrer o chão.
O objetivo desses marcos do CDC é estimular que famílias e profissionais estejam atentos a possíveis atrasos no desenvolvimento infantil e possam agir rapidamente com programas de estimulação precoce: "Aprenda os sinais. Aja cedo" é o mote da iniciativa.
Em 2022, depois de quase duas décadas em uso, os marcos de desenvolvimento do CDC foram alterados por um grupo de trabalho organizado pela Academia Americana de Pediatria e financiado pelo próprio CDC.
Alguns dos marcos foram eliminados e outros empurrados para frente. O apontar, por exemplo, antes era um marco previsto para os nove meses; depois da mudança, apontar para pedir algo ou ajuda está previsto para 15 meses.
A mudança levantou críticas de que o CDC poderia estar aliviando os critérios para o desenvolvimento da linguagem após anos de pandemia, ensino remoto e uso de máscaras, o que foi rejeitado pelo CDC.
Um dos argumentos por trás da mudança foi estabelecer marcos que pelo menos 75% das crianças daquela idade cumprem, em vez de percentuais às vezes mais baixos que eram adotados antes da mudança a depender do critério em questão (por exemplo, 50%). Ou seja, a ideia seria aumentar o nível de alerta caso os marcos não fossem alcançados sistematicamente por uma criança.
Por outro lado, segundo alguns especialistas, a mudança pode retardar que pais e profissionais ajam em casos de atrasos de desenvolvimento que poderiam ter sido identificados antes.
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