Amazon e Agência Espacial Brasileira fecham parceria que promete ajudar startups

Governo espera que acordo auxilie no crescimento da base de Alcântara

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Washington

A AWS (Amazon Web Services) e a Agência Espacial Brasileira fecharam um acordo nesta quarta (16) que promete ajudar a alavancar o setor espacial no Brasil. A parceria, um Termo de Intenção Estratégica e Cooperação, já entrou em vigor, mas as medidas práticas ainda demorarão algum tempo a serem implantadas.

Um dos objetivos da parceria é ampliar o acesso de startups brasileiras da área espacial às ferramentas da AWS, que incluem processamento de dados obtidos por satélites.

Estrutura do Centro de Lançamento de Alcântara, no Maranhão, onde situa-se a plataforma de lançamento de foguetes do Programa Espacial Brasileiro
Estrutura do Centro de Lançamento de Alcântara, no Maranhão, onde situa-se a plataforma de lançamento de foguetes do Programa Espacial Brasileiro - Pedro Ladeira - 14.set.18/Folhapress

No entanto, ainda não há data prevista para que as empresas iniciantes possam aproveitar os benefícios da parceria. O governo federal planeja realizar eventos, nos próximos meses, para atrair projetos que possam ser atendidos.

O acordo também prevê apoios para a criação de programas nacionais de pesquisa e desenvolvimento espacial no Brasil, novas formas de democratizar o acesso a dados relacionados ao espaço e ajuda técnica para criar um marco regulatório para o setor no Brasil. Nem o governo nem a Amazon falaram em valores envolvidos.

"O setor espacial deverá movimentar US$ 10 trilhões nos próximos dez anos. São recursos vultuosíssimos, e ter uma gigante do setor olhando para o Brasil e para nossas startups é tudo que a gente quer", disse Nestor Forster, embaixador do Brasil nos EUA.

O acordo foi assinado na embaixada brasileira em Washington. O governo brasileiro tem buscado parcerias espaciais com os EUA e integra o projeto Artemis, da Nasa, que prevê enviar uma mulher à Lua.

O governo brasileiro também espera que a parceria ajude a ampliar o uso do Centro de Lançamento de Alcântara, no Maranhão, para transformar a base em um polo industrial do setor espacial, como São José dos Campos (SP) se tornou um centro dedicado à produção de aviões.

"Nossa expectativa é que até ao final deste ano tenhamos empresas anunciando serviços regulares de lançamento em Alcântara", disse Carlos Moura, presidente da AEB.

Os EUA e o Brasil fecharam um acordo para que os americanos utilizem a base de Alcântara para lançamentos de foguetes. O acerto foi firmado por Jair Bolsonaro com o então presidente americano Donald Trump, em março de 2019, e depois aprovado pelos Congressos dos dois países. O decreto de promulgação do tratado foi assinado pelo líder brasileiro em fevereiro de 2020.

Moura também disse que o país planeja formas de aproveitar a onda do turismo espacial, na qual empresas privadas estão levando bilionários para breves passeios fora do planeta.

"As empresas [de turismo espacial] fazem hoje lançamentos em bases que ficam em lugares distantes. Alcântara tem acesso fácil e várias outras atrações turísticas por perto, como os Lençóis Maranhenses, São Luiz com o patrimônio histórico, praias maravilhosas. Estamos estudando modos de integrar o turismo espacial com outras formas de turismo", afirmou o.presidente da AEB.

A AWS, setor da Amazon que oferece acesso a servidores em nuvem, entre outros produtos, tem uma divisão dedicada a sistemas usados em lançamentos e operação de satélites e foguetes, e já atuou em parceria com a Nasa e vários fabricantes do setor aeroespacial.

"Este acordo fornece ferramentas, treinamento e educação que ajudarão a garantir que o Brasil continue a ser um líder espacial na América Latina para as próximas gerações", disse Jeff Kratz, gerente-geral da AWS para o setor público.

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